Duas amigas da adolescente Amanda Correia, de 15 anos, que está sumida há 31 dias, disseram, em depoimento ao delegado de Castelo, na região Centro-Sul do Espírito Santo, que receberam torpedos do celular da jovem na noite do desaparecimento. Segundo a polícia, nas mensagens, ela dizia estar "muito triste, chorando e que tinha bebido". Após esse contato, a jovem não foi mais vista.
O delegado titular do Distrito Policial de Castelo, Robson Vieira, disse que os torpedos enviados pelo número do celular da jovem foram apagados pelas amigas assim que as mensagens foram lidas. ?As duas amigas foram ouvidas na mesma semana do sumiço da Amanda. Elas disseram que a jovem mandou as mensagens por volta de 0h40, já de domingo, ou seja, dia 12. O conteúdo das mensagens era o mesmo para as duas, só não sei ao certo as palavras usadas, já que as meninas apagaram o torpedo. Amanda disse para as amigas que estava muito triste, chorando e que tinha bebido. Segundo as meninas, a jovem não disse com quem e onde estava", contou Vieira.
Segundo a mãe da jovem, Elisa Regina Correia de 41 anos, Amanda saiu de casa às 18h do dia 11 de agosto e disse que iria com uma amiga para uma casa de shows no bairro Bela Vila em Castelo, onde aconteceria uma festa junina. ?Ela não me disse que amiga era essa. Amanda tem muitas amizades e todo final de semana saía para alguma festinha, para mim foi tudo normal e por isso não me preocupei em fazer perguntas. Dessa vez ela disse que ia para uma festa de quadrilha, saiu arrumadinha, calçava uma sandália de salto alto, vestia uma blusa vermelha e uma saia preta?, contou.
Investigações
À frente das investigações, Robson Vieira disse que o "trabalho está progredindo", mas é preciso cautela. Ele disse que informações são repassadas para as equipes de investigação, mas muitas vezes são trotes ou informações sem nenhum fundamento, o que atrapalha o avanço dos trabalhos. Informou ainda, que uma equipe de Inteligência da Polícia Civil, de Castelo, está focada apenas neste caso e conta com o auxílio de delegacias especializadas, além da ajuda da Superintendência de Polícia do Interior.
Robson Vieira se limitou a divulgar mais detalhes. Disse que várias pessoas que estiveram com a jovem nos últimos dias antes do seu desaparecimento, ou que a conhece, já foram ouvidas. ?As investigações correm em sigilo total e o caso é complexo. Desde o início estamos trabalhando e não podemos falar muita coisa para não atrapalhar as nossas investigações?, disse.
Os pais da adolescente esperam dia e noite por novidades, mas vivem uma longa espera. A empregada doméstica e mãe de Amanda, Elisa Regina Correia de 41 anos, disse que constantemente, ela e o marido alugam carros para irem em busca de qualquer informação sobre a filha desaparecida. Nesta terça-feira (11), Elisa disse que percorreu duas horas de carro por um lugar desconhecido e voltou para casa sem nenhuma notícia.
Robson Vieira disse que aprova a atitude da família em tentar localizar a filha, mas é preciso ter cuidado e chamar a polícia. ?Não descartar qualquer informação é instinto materno. Não posso dizer para a família ficar parada e desaconselhar. Eu não teria condições de impedi-los. Existem casos em que há riscos de vida, ou alguma gravidade, mas nesse caso, única e exclusivamente, não?, disse o delegado.