Tiro que matou menina Eloah dentro de casa no Rio partiu de PM, conclui inquérito

Investigação da Corregedoria foi encaminhada à Promotoria e corre sob sigilo

Caso Eloah: tiro de fuzil que matou menina partiu de PM, conclui Corregedoria | Reprodução
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Um inquérito policial-militar concluiu que o disparo de arma de fogo que matou Eloah da Silva dos Santos, em agosto do ano passado, na Ilha do Governador, partiu da arma de um policial militar. A informação foi revelada pelo jornal "Extra".

De acordo com a Corregedoria da Polícia Militar, o autor do disparo foi identificado como terceiro-sargento André Luiz de Oliveira Muniz. Laudos periciais confirmaram que o tiro fatal foi efetuado com um fuzil calibre 556, série A0142706, utilizado por Muniz.

JÁ ESTAVA DETIDO

Muniz já estava detido por outra razão e agora enfrentará acusações na Auditoria Militar pelo homicídio de Eloáh. A decisão da Corregedoria da PM foi encaminhada ao órgão desde janeiro.

Segundo a Delegacia de Homicídios da Capital, o inquérito foi concluído em setembro do ano passado e encaminhado ao Ministério Público. "As investigações concluíram que o tiro que atingiu Eloah da Silva dos Santos partiu da arma de um policial militar. Ele foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado", informou a Polícia Civil.

FAMÍLIA JÁ SABIA, DIZ MÃE DA MENINA

Ana Claudia de Silva de Souza, 31 anos, mãe de Eloáh, disse que sempre soube que o disparo que atingiu sua filha foi realizado por um policial. "A gente sempre soube que o tiro veio deles. O disparo foi de baixo para cima, de onde eles estavam. Eles chegaram atirando sem responsabilidade alguma, sem saber quem estava ali", declarou.

Ela fez uma conexão com outro caso na Ilha do Governador envolvendo Ana Beatriz, baleada ao voltar do balé. "Olha o que aconteceu com a Ana Beatriz. Foi do mesmo jeito que aconteceu com a minha filha. No caso da Ana Beatriz, há esperança de que ela se recupere. Temos esperança em um milagre. Com a Eloáh foi diferente", disse Ana Claudia.

"A PM é negligente ao realizar operações em comunidades. Infelizmente, foi minha filha. Mas ela não será a última. Outras Eloáhs morreram. Espero que esse policial seja punido pelo que fez. E espero que a polícia mude o protocolo ao entrar em uma favela."

RELEMBRE O CASO

A criança estava brincando em seu quarto quando foi atingida pelo disparo. A tragédia ocorreu pouco depois de um jovem de 17 anos ser morto pela Polícia Militar no acesso ao morro. A corporação afirmou que Wendell Eduardo era traficante.

Moradores protestaram contra a morte na Avenida Paranapuã e incendiaram barricadas em manifestação, suspeitando que um PM que tentava conter a situação acabou disparando.

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