Para além do debate a cerca da legalidade ou não do Uber e sobre o quanto o advento do aplicativo de fato incide sobre a demanda por taxis, o uso da violência, ameaça e coerção por parte dos taxistas como resposta ao Uber é simplesmente imperdoável. Volta e meia, no entanto, a ignorância encontra seu limite, e acaba exposta e vencida por sua própria intolerância.
Foi o que aconteceu com um taxista, em Belo Horizonte. Bastou avistar um sedã preto que, concluindo se tratar de um Uber, o taxista decidiu por forjar uma colisão como maneira de atacar o motorista, invadindo outras pistas, fechando o carro e freando bruscamente. Mal sabia ele que o automóvel na realidade pertencia ao Gabinete Militar do Governador do Estado, trazendo um major e um soldado da Polícia Militar mineira.
Quando percebeu o próprio erro, o taxista resolveu fugir – e uma perseguição teve início. Depois de muitas infrações e imprudência, e após uma nova colisão entre os dois carros, o taxista enfim foi parado e detido. O motorista, que já foi liberado, terá de comparecer a uma audiência em um juizado especial da capital mineira.
Apesar do repúdio declarado pelo Sindicato dos Taxista de BH, o que tem sido visto nos noticiários recentes é o sistemático uso da violência como meio de coagir motoristas e usuários do aplicativo – o que é no mínimo irônico (e um tanto trágico para a população), considerando o quanto isso ilustra o péssimo serviço oferecido pelos taxistas, e em muito a razão de ser para o sucesso do Uber.