Suspeito preso por homicídio narra canibalismo em diário

Tem detalhes de como o corpo foi levado para o banheiro e a descrição da retirada da pele e da carne de uma vítima

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A Polícia Civil de Garanhuns, cidade a 231 km do Recife, divulgou na manhã desta quinta-feira um novo elemento para esclarecer os crimes que podem ter sido cometidos por três suspeitos, presos na última quarta-feira. Em 50 páginas impressas como se fossem um diário, está a descrição de um assassinato, detalhes de como o corpo foi levado para o banheiro e a descrição da retirada da pele e da carne de uma vítima adolescente. A carne, de acordo com o escrito no livreto, foi comida pelos três suspeitos em um ritual de purificação. No texto, os nomes verdadeiros são usados.

Jorge Negromonte, 50 anos, sua mulher Isabel Cristina, 51, e Jessica Camila, 22, estão presos e foram interrogados na 2ª Delegacia de Garanhuns. Apenas Isabel confessou o crime, que tem gerado revolta entre os moradores da cidade de 130 mil habitantes. Na quarta-feira, o corpo de bombeiro chegou a ser chamado para apagar um incêndio provocado por vândalos na casa dos suspeitos, na rua das Emboabas, no bairro da Liberdade. O corpo de duas vítimas foi enterrado no local.

Antes mesmo de as informações contidas no livreto serem divulgadas, os vizinhos já estavam revoltados porque as vítimas foram encontradas em cova rasa, tiveram os corpos esquartejados e, possivelmente, sob o testemunho de uma criança de cinco anos, que vivia com os suspeitos. A polícia não sabe se a criança é filha de Jorge e uma das mulheres ou se é filha de outra vítima.

A criança ajudou a polícia nas investigações. Depois de ver uma foto de uma das vítimas, disse para o delegado Wesley Fernando, que Jorge cortou a cabeça da vítima e depois enterrou, "para papai do céu acabar de matar", repetiu o delegado. A criança está sendo acompanhada pelo conselho tutelar da cidade e a polícia procura apoio de um psicólogo para acompanhá-la.

Nas cinquenta páginas escritas em computador e impressas, reveladas pela polícia, estão descritas várias passagens na primeira pessoa, possivelmente por Jorge. "(...)Jéssica desconfia que ainda se encontra com vida, pego uma corda, faço uma forca e coloco no pescoço do corpo, puxo para o banheiro e ligo o chuveiro para todo o sangue escorrer pelo ralo".

Em outro trecho, o livreto tem relatos do corte do corpo e de canibalismo. "Pego uma lamina e começo a retirar toda a sua pele, e logo depois a divido. Eu, Bel e Jéssica nos alimentamos com a carne do mal, como se fosse um ritual de purificação, e o resto eu enterro no nosso quintal, cada parte em um lugar diferente".

A polícia chegou até a casa dos três por causa da investigação do desaparecimento de Giselly Helena da Silva, 20 anos. Um dado que chamou atenção da família da vítima e dos policiais. Mesmo depois de desaparecida, o cartão de crédito de Giselly continuava sendo utilizado na cidade. Os policiais procuraram as lojas onde foram feitas compras, as imagens no momento indicado no cartão e chegaram até os suspeitos.

No início, os três negavam qualquer relação com o desaparecimento, mas depois que os restos mortais de duas vítimas foram exumados da casa, Isabel confessou os crimes. Além de Giselly, o corpo supostamente de Alexandra da Silva Falcão, 20 anos, foi retirado. A identificação das vítimas será feita no Instituto de Medicina Legal do Recife.

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