O homem que foi preso pela suspeita de ter efetuado seis disparos contra a ex-namorada antes de atropelar a vítima afirmou durante depoimento que agiu em legítima defesa. De acordo com o delegado Márcio Murari, o suspeito disse em depoimento que foi agredido pela vítima e por um rapaz que estava com ela. O crime ocorreu no dia 25 de abril em Franca (SP).
Donizete Luís de Pádua se apresentou ao delegado Marcio Murari um dia após a vítima, Juliana Proença Ferreira, de 36 anos, ter prestado depoimento na mesma delegacia. A Justiça já havia decretado a prisão temporária de Donizete Luís de Pádua na semana passada. Acompanhado de seu advogado, ele deixou o local sem falar com a imprensa.
Câmeras de segurança do estacionamento de um supermercado gravaram toda a ação. No vídeo é possível ver que o homem segura Juliana, que tenta se soltar, a joga no chão e atira várias vezes contra ela. Instantes depois, a vítima é atropelada pelo carro do suspeito. Ela é retirada do caminho às pressas por pessoas que testemunharam toda a ação.
“No dia ele diz que ela queria conversar com ele porque precisava de dinheiro e marcou o local. O Donizete disse que chegou e viu que ela estava mexendo no celular. Logo em seguida, quando ele desceu do carro, de acordo com a versão que ele apresentou, diz que chegou um rapaz moreno e a abraçou e afirma que ela teria dito a ele 'esse é meu marido'”, explica o delegado.
Ainda segundo Marcio, o suspeito disse durante depoimento que o rapaz teria lhe agredido, momento no qual Donizete sacou a arma. O delegado explica que o indiciado afirmou que o rapaz que o atacou fugiu ao ver a pistola.
“Em seguida, ela [Juliana] o teria agredido fisicamente e ele pediu que ela parasse. Como ela não parou ele com a arma saiu correndo e efetuando os disparos”.
Donizete também tentou justificar durante depoimento o motivo de ter atropelado Juliana logo depois de ter efetuado os seis disparos à queima roupa. Murari explica que o suspeito afirmou não ter visto que Juliana estava no chão e que por esse motivo o atropelamento ocorreu.
“Ele viu que ela estava ferida, disse que foi entrar no carro e percebeu que uma pessoa estaria tentando pegá-lo, que foi sair em alta velocidade e que não percebeu que ela estava caída e passou sobre ela e que na segunda vez não tinha intenção de atropelar e sim ir embora”, diz.
O delegado, entretanto, descarta qualquer possibilidade de existir uma terceira pessoa envolvida no caso e diz que todas as testemunhas ouvidas até o momento afirmam que Juliana estava sozinha no estacionamento no momento em que Donizete apareceu.
“Não existe esse rapaz, até nos autos do inquérito policial esse rapaz não existe. É uma versão que ele está colocando. Todas as testemunhas afirmam que ela estava sozinha no local e que não houve agressão por parte dela. Quem estava no local era apenas ela, não havia ninguém na companhia dela e não houve qualquer tipo de agressão, ele chegou e logo em seguida houve a perseguição e os disparos”, explica o delegado.