Suspeito de agredir gays depõe e afirma que apenas “se defendeu”

O jovem afirmou que foi provocado pelo casal na saída de uma boate.

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O estudante Daniel Barbosa, envolvido em uma briga em frente a uma casa noturna, na região da Avenida Paulista, em São Paulo, prestou depoimento nesta segunda-feira (17) na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). De acordo com o jovem, a briga foi iniciada pelos homossexuais e não teve caráter homofóbico.

"Eu me arrependo de ter causado essa polêmica na mídia, adiado meu retorno ao trabalho e criado transtorno para minha família", disse o rapaz, que vive em Balneário Camboriú (SC). Seus parentes moram em Cotia, na Grande São Paulo. "Estão me acusando de uma coisa que eu não sou. Não sou agressivo, não sou homofóbico", afirmou. "Eu fui agredido e só me defendi."

Segundo Barbosa, ele e o amigo, um universitário de 25 anos que não teve o nome divulgado, nem sabiam que os rapazes eram homossexuais quando a confusão começou. Eles são investigados por suspeita de lesão corporal motivada por homofobia contra o analista fiscal Marcos Paulo Villa, de 32 anos, e o seu namorado, um coordenador financeiro de 30 anos, que não quis dar o nome.

Barbosa contou que estavam no Sonique Bar, na Rua Bela Cintra, quando os dois tentaram se aproximar de duas garotas. "Fomos trocar uma ideia com as amigas dele. Um deles agarrou a moça pelo braço e deu um beijo nela. Por isso, a gente nem sabia que eles eram homossexuais", contou.

No depoimento de uma das garotas, ela dá a entender que não se preocupou com a abordagem dos amigos. Segundo relatou à polícia, "a depoente foi paquerada no interior da balada" e, já do lado de fora, "os rapazes brincaram novamente com a depoente e sua amiga".

De acordo com Barbosa, nesse momento, começaram as provocações. Ele disse que um dos gays debochou dessa nova aproximação. O estudante de gastronomia afirmou que as imagens do posto de gasolina em frente à casa noturna - que registraram a briga - mostram que eles já estavam indo embora quando foram novamente provocados pelo casal gay. "Tem que deixar isso muito claro. Nós chegamos primeiro ao posto e eles depois", afirmou.

"Começaram a falar que "nós somos os donos da rua, a gente é quem manda aqui", relatou Barbosa. Já Villa, que participou da briga junto com o namorado, disse que os rapazes "falaram que os gays tinham que morrer".

Na confusão, Villa teve escoriações na nuca e seu namorado fraturou a perna direita e teve traumatismo craniano. As vítimas disseram à polícia que Barbosa foi quem quebrou a perna do coordenador - o que ele negou. "Só briguei com o Villa para me defender, mas não com o namorado dele", disse o estudante de gastronomia.

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