A jovem de 20 anos suspeita de matar a estudante Mikaelly Moreira Nunes, de 23 anos, e ferir o namorado dela, de 33 anos, afirmou que agiu em legítima defesa. Em depoimento à polícia, em Senador Canedo, na Região Metropolitana, a garota negou que tenha ateado fogo no casal de namorados e alegou ter sido agredida pela vítima.
Para revidar, explicou, a suspeita diz que pegou um copo que estava sobre a mesa e jogou no casal. Por coincidência, garante, o recipiente tinha álcool. Ela contou que caiu no chão com o soco de Mickaelly e que, quando percebeu, tudo estava pegando fogo.
Apesar da versão da suspeita, o delegado que cuida do caso,Thiago de Castro Teixeira, afirma que as evidências não coincidem com o que foi declarado pela jovem. "Não há dúvida de que ela tenha ateado fogo no casal", ressalta o delegado.Thiago de Castro Teixeira vai indiciá-la no inquérito por duplo homicídio qualificado, um consumado e um tentado.
A garota, que também sofreu queimaduras, foi presa ao receber alta de um hospital no Setor Jardim América, em Goiânia, na noite de quinta-feira (31). Devido às queimaduras, a menina está enfaixada da cintura para cima. Segundo o delegado, ela passou bem a noite.
Além da suspeita, prestaram depoimento à Polícia Civil, o tio de Mickaelly, Almir Moreira dos Santos; o filho dele, que seria namorado da suspeita, e uma testemunha que presenciou toda a situação.
"Uma testemuha relatou ainda que a suspeita costumava provocar homens acompanhados. Ela gostava de causar ciúmes na companheiras", contou o delegado.
Enterro
Mikaelly morreu na quarta-feira (30), após ficar internada durante quatro dias no Hospital Geral de Goiânia (HGG). Ela teve queimaduras de 2º e 3º graus em 75% do corpo. O sepultamento da estudante aconteceu na manhã desta quinta-feira, em Guapó, cidade onde morava.
Também atingido, o namorado, de 33 anos, teve 50% do corpo queimado e está internado no Hospital de Queimaduras de Goiânia. Seu estado de saúde é estável.
O delegado Thiago de Castro Teixeira disse que na tarde de sábado (26) o casal estava na chácara do tio da vítima, na cidade de Caldazinha, juntamente com familiares, quando a suspeita chegou. "Ela ligou para o namorado, filho do dono da chácara e primo da Mikaelly, perguntou quem estava no local e pediu para ele ir buscá-la", conta o delegado.
Álcool
Testemunhas informaram ao delegado que a suspeita chegou ao local com uma mochila. Ela teria entrado na casa, colocado álcool em uma vasilha de sorvete, jogado sobre o casal e ateado fogo.
Dono da chácara onde o crime aconteceu e tio de Mikaelly, Almir Moreira dos Santos contou, em entrevista ao G1, que ela sempre costumava passar os fins de semana no local. Muito abatido, ele diz que a suspeita, diferente do que informou a polícia, não era namorada de seu filho. "Ela se infiltrou no meio da gente para poder fazer esse crime. Espero que ela pague pelo que fez", desabafa.
A família de Mikaelly acredita que o crime tenha sido premeditado. "Ela foi lá com a intenção de matar essa menina, uma moça que só vivia sorrindo e não fazia mal nem a uma formiga", disse a tia da garota, Fátima da Silva.