O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido liminar para conceder liberdade ao goleiro Bruno enquanto não ocorre o julgamento do habeas corpus impetrado pelo advogado Cláudio Dalledone Júnior. A decisão foi dada pelo desembargador Celso Limongi no seu último dia de atuação no STJ, nesta terça-feira (17), e divulgada nesta quinta-feira (19) pela assessoria do tribunal. De acordo com o desembargador, a maneira como o crime teria sido praticado pelo réu evidencia que o acusado apresenta perigo à sociedade, o que torna a prisão cautelar necessária.
O advogado do goleiro impetrou um habeas corpus no STJ nesta sexta-feira (13). De acordo com o Dalledone, a solicitação foi feita em Brasília depois que um habeas corpus para Bruno foi negado pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) no dia 13 de abril.
A assessoria de imprensa do STJ explicou que, com a saída de Limongi, que está retornando para o Tribunal de Justiça de São Paulo, a relatoria do caso ficará com o ministro que vier a ocupar a vaga na Sexta Turma. Ainda não há data para julgamento.
Justiça em Minas
Um pedido de liberdade para Bruno Fernandes já havia sido negado no dia 13 de abril pelos desembargadores da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em Belo Horizonte. O habeas corpus impetrado por Claúdio Dalledone foi julgado por três desembargadores e todos votaram para que o goleiro aguarde preso a data do julgamento sobre a morte e desaparecimento de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro. Ainda que os desembargadores concedessem a liberdade, Bruno poderia permanecer preso por causa de outro processo, pelo qual já foi condenado no Rio de Janeiro.
Entenda o caso
Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza Samudio deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul. Segundo a polícia, Eliza teria sito morta no início de junho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Polícia Civil indiciou Bruno e mais oito envolvidos no desaparecimento e morte da jovem. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público em agosto de 2010. O corpo de Eliza não foi encontrado.
Em dezembro de 2010, a mulher de Bruno, Dayanne; a ex-namorada de Bruno, Fernanda Gomes de Castro; o caseiro do sítio, Elenílson Vítor da Silva; e Wemerson Marques, o Coxinha, foram soltos e respondem em liberdade. O goleiro, o amigo Macarrão e o primo Sérgio estão presos e vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.