Sem saber, irmã ajudou atropelador em SP a fugir por rodovia, diz polícia

Em depoimento, mulher disse que só soube do atropelamento após carona.

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Após atropelar 12 pessoas e matar um estudante de 18 anos durante um protesto em Ribeirão Preto (SP), o empresário Alexsandro Ishisato de Azevedo, de 37 anos, fugiu pela Rodovia Anhanguera com a ajuda da irmã, que não sabia do envolvimento dele no crime. A revelação foi feita pelo delegado Paulo Henrique Martins na tarde desta terça-feira (2), um dia depois de colher o depoimento da mulher, que garantiu estar sem contato com o irmão desde a noite do crime, no dia 20 de junho. Azevedo teve a prisão temporária decretada e permanece foragido.

?Na verdade, ela não deu fuga, ela não sabia [o que estava acontecendo]. Ele ligou desesperado e pediu para ela buscá-lo em casa. Ela soube do ocorrido quando ele já estava dentro do carro?, explicou Martins, destacando que a mulher deixou Ishisato na rotatória Waldo Adalberto da Silveira, o principal acesso à cidade pela Anhanguera. ?Outra pessoa foi buscá-lo e ela diz que não sabe quem é.?

Ainda segundo Martins, a possibilidade de o atropelador ter fugido para outro país é pequena porque uma circular com a foto e os dados pessoais de Azevedo foi divulgada para as todas as delegacias brasileiras. ?Eu acho difícil uma fuga por aeroporto. Mesmo assim, todas as denúncias estão sendo checadas. Algumas são um pouco absurdas, mesmo assim a gente checa?, disse o delegado.

Em entrevista, Azevedo disse estar com medo de se entregar por causa de uma revolta popular e não informou se permanecia na região de Ribeirão Preto.

Para o delegado, o empresário está sendo escondido por amigos, que podem ter facilitado a fuga. ?Ele tem muitos amigos, às vezes alguns deles podem ajudá-lo financeiramente e isso a gente tem que verificar passo a passo. Mas é possível que ele fique algum tempo ainda foragido.?

Investigação

Além da irmã do suspeito, a Polícia Civil já registrou o depoimento de outras 15 testemunhas. Entre elas está o gerente de um supermercado onde o suspeito fazia compras com a mulher, antes de sair com o carro modelo SUV no cruzamento em que os manifestantes estavam.

O funcionário alegou que todos os clientes da loja foram orientados a deixar o local pelo acesso de entrada ? na Avenida Professor João Fiúsa ?, já que o tráfego pela saída ? na Avenida José Adolfo Bianco Molina ? ficou prejudicado pela concentração de pessoas. Azevedo, no entanto, teria ignorado o aviso.

Segundo o delegado Paulo Henrique Martins de Castro, as imagens gravadas pela câmera de segurança do estabelecimento mostram os veículos saindo pela entrada, conforme depoimento do gerente. ?Ele teria dado ré tranquilamente. Dá ré, entra pelo supermercado de novo, ou segue na contramão. Não precisava nem de ré, era só continuar na contramão porque não havia ninguém?, justificou.

A namorada de Azevedo, que também estava no veículo na noite do crime, deve ser ouvida pelo delegado até o fim desta semana. De acordo com Martins, o inquérito será concluído ainda na primeira quinzena de julho, mesmo se o atropelador permanecer foragido.

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