Seguranças de boate agridem casal lésbico, após desentendimento

Os clientes da boate afirmam a agressão contra o casal

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Um casal de lésbicas foi vítima de agressão em uma boate na zona oeste do Rio. A fotógrafa Carol Kappaun e a designer Roberta Fortes saíram para comemorar um aniversário, mas terminaram a noite com hematomas após serem agredidas por seguranças do estabelecimento.

Carol Kappaun foi ao clube Paris Café, na Barra da Tijuca, na zona oeste, comemorar o aniversário da namorada Roberta Fortes no último domingo (10)

Em um determinado momento, Carol se desequilibrou no banheiro e quebrou a parte inferior de uma porta de acrílico. Segundo a fotógrafa, ela e a Roberta voltaram para a pista de dança e aproveitaram a festa normalmente até serem surpreendidas pela cobrança de R$ 400 na comanda, referente à porta.

A fotógrafa ficou surpresa com o valor da cobrança, mas tirou, R$ 200, que tinha no bolso e entregou à Sylvia Keller, organizadora do evento. Roberta achou o valor cobrado alto demais e pediu que fosse feito um orçamento para avaliar o prejuízo. Caso o resultado fosse superior ao valor deixado pelas duas, elas se comprometeram a pagar a diferença no dia seguinte.

Após conversarem com Sylvia, Carol relata que o casal foi impedido de sair da boate. A promoter da festa chamou os seguranças que já se aproximaram dela e de Roberta com violência. A fotógrafa conta que foi imprensada em uma parede e recebeu socos e pontapés por todo o corpo. Pelo menos três seguranças agrediram o casal

Diante da violência, Roberta tentou ajudar a namorada e também foi agredida. Um dos seguranças deu um tapa no rosto da designer e a jogou para longe da confusão

Carol conta que ela e Roberta conseguiram fugir do estabelecimento. Enquanto corria para fora da boate, o casal foi alvo de lesbofobia.

" Nós saímos correndo desesperadas pela avenida das Américas e eles estavam gritando “vai embora daqui, sapatão!” e muitas outras coisas. Mas, nesse momento, eu só escutei isso. Eu estava muito desnorteada, nunca levei tanta porrada na vida."

Carol questiona ainda a postura homofóbica do evento que não reconhece a relação entre duas mulheres como casal. De acordo com ela, ao chegar no estabelecimento, é entregue uma única comanda aos casais heterossexuais. Entretanto, ela e Roberta receberam comandas individuais.

O caso foi registrado na 42ª DP (Recreio). Carol e Roberta pretendem entrar com processo judicial.

A organizadora do evento, Sylvia Keller, contou que a versão apresentada por Carol e Roberta é distorcida. Segundo ela, não houve agressão por parte dos seguranças. O casal frequenta o clube há cerca de quatro anos e que é comum as duas brigarem. Questionada se as agressões sofridas por Carol teriam sido feitas por Roberta, a organizadora disse:

" Não teve agressão, elas brigam entre elas. Uma bebe mais que a outra e sempre sai briga"

Os clientes da boate afirmam a agressão contra o casal: " Os seguranças chegaram com tudo, foi horrível". O caso está sendo vai ser investigado.

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