“Se ficar comprovado, vamos aceitar”, diz parente sobre culpa de filho de PM

Exames indicam que estudante de 13 anos cometeu chacina.

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Representantes da família Pesseghini disseram nesta quinta-feira (5) que ainda aguardam a conclusão do inquérito policial para saber se o estudante Marcelo, de 13 anos, foi responsável pela chacina ocorrida em 5 de agosto na Zona Norte de São Paulo.

Ele é suspeito da morte do pai, da mãe, da avó e da tia-avó, na Brasilândia. Em seguida, o adolescente pegou o carro da mãe e foi para a escola, onde assistiu às aulas. Depois, voltou de carona para casa, onde teria se matado, segundo a Polícia Civil e laudos da Polícia Técnico-Científica. Um mês após os crimes, a investigação pediu mais 30 dias à Justiça para encerrar o caso.

Sete parentes de Marcelo estiveram nesta manhã no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), no Centro, com os responsáveis pela investigação e viram parte dos laudos já produzidos sobre os assassinatos.

"Se ficar comprovado pela polícia e perícia que foi Marcelinho, a gente vai ter que ficar quieto e aceitar", disse o empresário Sebastião de Oliveira Costa, tio-avô do garoto, que mesmo após o encontro deixou o local sem acreditar que seu sobrinho-neto tenha cometido os crimes.

"Os policiais nos falaram para aguardar os laudos e a conclusão da polícia. Até lá, a família continua com a mesma tese: acredita que não foi Marcelo. Não têm relatórios ainda provando. A família continua dizendo que não acredita nessa fatalidade."

Questionado se a família está preparada para receber a notícia da polícia de que foi Marcelo, Oliveira respondeu: "O que a gente pode fazer? A gente não é nenhuma família diferente. Existe fatalidade em qualquer família. Se isso acontecer, nós vamos sofrer bastante, mas vamos ter de aceitar. A gente não pode aceitar assim: estão acusando a criança sem ter provas ainda. Agora, a hora que tiver provas concretas, infelizmente a gente vai ter que aceitar."

A família Pesseghini foi encontrada morta em duas casas no início do mês passado. Os parentes que estiveram no DHPP deixaram o local sem ter acesso a todos os laudos que explicam as cinco mortes. "Nós viemos hoje para saber se tinha uma definição do caso, mas ainda estão faltando exames", disse.

Oliveira afirmou que, mesmo depois de ter acesso a parte dos laudos, não mudou de opinião. "Os laudos ainda não dizem nada. Faltam ser analisados pela polícia. Estão acusando a criança sem ter prova ainda. São 48 pessoas acusando a criança e 30 mil pessoas achando que não foi", disse o tio-avô, citando as testemunhas já ouvidas pela Polícia Civil.

O tio-avô afirmou que a família só teve acesso a alguns exames. "Só apresentaram os exames. Eu não vou falar nada ainda porque faltam alguns laudos. A gente tinha vindo nesse pensamento de poder ter alguma notícia para ficar em paz. O que disseram é que estão aguardando o resultado de outros exames."

Para a Polícia Civil, o adolescente Marcelo Pesseghini matou os pais, o sargento das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Luís Marcelo Pesseghini, de 40 anos, a mãe, a cabo Andreia Bovo Pesseghini, a avó materna Benedita de Oliveira Bovo, 67 anos, a tia-avó Bernadete Oliveira da Silva, 55 anos, e se suicidou, entre 0h20 e 14h de 5 de agosto.

Ele pediu aos policiais para ter acesso às conclusões do inquérito antes da imprensa. "Quando a polícia tiver a certeza e falar: "Foi Marcelinho", eu vou ser o primeiro a informar para vocês. A gente quer sossego também. A gente quer paz", concluiu o tio-avô.

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