'Rota's Bar': PMs são suspeitos de montar bar com dinheiro do PCC

O inquérito também envolve três membros do PCC ligados a um caso recente: o assassinato de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC

Bar que teria sido criado por PMs com dinheiro do PCC | Google Street View
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A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo investiga uma denúncia envolvendo dois policiais militares suspeitos de usarem dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) para abrir um bar na capital paulista. De acordo com a acusação, os PMs estariam repassando informações sigilosas de operações para integrantes da facção criminosa em troca de dinheiro. Com informações do UOL.

ENVOLVIDOS

O inquérito também envolve três membros do PCC ligados a um caso recente: o assassinato de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC, ocorrido no Aeroporto Internacional de São Paulo em novembro de 2024.

Bar que teria sido criado por PMs com dinheiro do PCC — Foto: Reprodução/Google Street View 

A investigação sobre o bar foi iniciada em 17 de outubro, antes do assassinato de Gritzbach. Segundo informações, o "Rota's Bar" foi fundado no Jardim Brasília, na Zona Leste, e informalmente pertencia a dois PMs: um cabo da Rota, e outro do 8º Batalhão, em Tatuapé. Nenhum dos dois aparece como proprietário no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) do bar, mas um amigo deles é identificado como o dono formal do estabelecimento.

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. — Foto: Montagem/g1/Reprodução/Redes Sociais 

VAZAMENTO DE INFORMAÇÕES

O inquérito revela que os policiais receberam grandes quantias em dinheiro dos membros do PCC para vazar informações, incluindo detalhes sobre viaturas e operações policiais, protegendo os criminosos e suas atividades ilegais. Três integrantes da facção, identificados como Anselmo Becheli Santa Fausta (Cara Preta), Claudio Marcos de Almeida (Django), e Silvio Luiz Ferreira (Cebola), estão envolvidos no caso. O PM que atuava na inteligência da Rota foi apontado como o principal responsável pelo repasse das informações.

A investigação também descobriu que o bar foi fundado em 2018 e teve o CNPJ encerrado em 2022. No mesmo ano, um novo bar, "Rota's Beach Bar", foi aberto na mesma região. O capital social registrado foi de R$ 600 mil, e os investigadores notaram um aumento significativo no poder aquisitivo dos PMs suspeitos. Embora seus nomes não constem nos registros do novo bar, um dos sócios é irmão de um dos policiais da Rota.

Em relação às mortes de integrantes do PCC, a Corregedoria suspeita que o assassinato de Cara Preta e seu motorista, Antônio Corona Neto (o "Sem Sangue"), tenha sido ordenado por Gritzbach, devido a um desvio de dinheiro. Django foi morto por não impedir essas mortes, conforme os investigadores. Gritzbach, que tinha uma forte ligação com o PCC e era envolvido em lavagem de dinheiro, foi morto pouco depois, no Aeroporto de Guarulhos, em um possível acerto de contas.

A delação premiada de Gritzbach também revelou a participação de policiais em atividades criminosas, como corrupção e lavagem de dinheiro para o PCC.

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