Tanto nas estradas federais, quanto nas estradas estaduais, os motoristas de ônibus sabem que as quadrilhas estão de olho no patrimônio dos passageiros . Os bandidos andam preparados com veículos e fortemente armados para proporcionar clima de terror. Eles levam todos os objetos das vítimas que encontram pela frente: mercadorias, pertences pessoais, jóias, dinheiro e celulares.
As polícias tentam combater a ação desses bandidos, que preferem agir nas estradas piauienses. O RONE conseguiu prender, na noite desta terça-feira (21), quatro acusados de assaltar ao longo da BR-316, próximo às cidades do Médio-Parnaíba. Os maiores alvos são Água Branca, São Pedro, Angical e Lagoinha.
Os acusados foram presos em flagrante com armas e de posse de um carro roubado. Eles são: Antônio Brito de Macêdo, Adonias Belfort de Sousa Neto e os irmãos Ismael e Elismael Ferreira da Silva.
?Eles vinham fazendo assalto em Demerval Lobão, Monsenhor Gil e quando chegou próximo a uma fábrica de frango eles atiraram na viatura, houve troca de tiros e eles caíram no mato. Desde as 15h da tarde de terça que a gente estava no encalço dos bandidos para efetuar as prisões e conseguimos pegá-los através do de branco, que é irmão de um deles que estava em um táxi e foi em resgate deles. Nós entramos no táxi, simulamos que éramos passageiros e quando os foragidos viram o táxi, entraram e forma presos?, destaca o policial do RONE que descreveu a ação.
O coordenador da delegacia de Água Branca, Washigton Gomes Pereira, explica que é comum o ataque aos ônibus intermunicipais. ?Eles entram como passageiros e fazem os verdadeiros passageiros como reféns. Eles levam todos os pertences. São meliantes que atuam em bairros e favelas daqui de Teresina e que usam a BR-316 para assaltar em razão da dificuldade de policiamento ostensivo que é reduzido.
Hoje, existem 244 patrulheiros para cobrir uma área de 2.500 km de malha viária federal. AS média é de 1 patrulheiro para cada 100 km. No sul do Estado, essa realidade piora ainda mais. Só existe uma barreira da PRF em Floriano e, até Cristalândea, são 600 km de fiscalização frágil e quando os bandidos agem com maior liberdade.
O inspetor Raimundo Rameiro, da Polícia Rodoviária Federal, acredita que esta realidade no sul do Estado deve melhorar. ?Apesar de ainda não podermos montar bases fixas estamos trabalhando para que rotineiramente um grupo de policiais seja deslocado para aquela área exatamente para permitir que crimes dessa natureza não aconteçam. Nesse meio termo estamos combatendo um crime comum naquela área que é o roubo e posterior venda desses carros?, conta o inspetor.