Responsável por trator que partiu menino ao meio pode responder por homicídio culposo

Família já contratou advogado para acompanhar trabalho da polícia

Aline, mãe de Cadu, diz que ainda não foi ouvida, mas acredita que depoimento será esta semana | Isabele Rangel / R7
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

A mãe do menino Carlos Eduardo Souza da Costa, de 12 anos, que foi cortado por um trator diz que vai processar o responsável pelo acidente. Aline Souza Costa informou que ainda não prestou depoimento oficialmente, mas que um inspetor foi à sua casa apurar informações.

? O nosso advogado vai à delegacia para tomar conhecimento do inquérito todo. Assim que o culpado aparecer, nós vamos entrar na Justiça.

Segundo o titular da Delegacia da Posse (58ª DP), Marcos Henrique de Oliveira, as investigações sobre o caso só serão retomadas nesta terça-feira (9) após escala especial adotada para as eleições municipais. De acordo com ele, o condutor do trator, Celso da Silva, de 63 anos, pode ser indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

O responsável pela intervenção no terreno, um comerciante que mora no local há 20 anos, compareceu à delegacia. Ele diz que não havia obra na área do acidente, mas sim uma limpeza de terreno.

De acordo com ele, o local estava sendo usado para consumo de drogas. Como o comerciante também possui imóveis para alugar na rua, teria pedido a um amigo que tinha um trator para limpar o local. O delegado ainda não informou se ele será ou não indiciado.

Após a conclusão das investigações, que deve ocorrer 30 dias após o acidente, o delegado vai encaminhar o inquérito, com o nome dos possíveis indiciados, ao Ministério Público, que decide se vai ou não oferecer denúncia à Justiça. É o juiz que determina se será aberto um processo criminal contra os possíveis acusados.

Se a família da criança decidir entrar na Justiça contra os indiciados pela polícia, eles vão responder, também, na esfera cível.

Entenda o caso

O acidente ocorreu no dia 1º de outubro no bairro Jardim Viga, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Cadu, que estava na casa da avó, Marisa Azevedo Souza Costa, de 50 anos, foi chamado por outras crianças da rua para jogar bola em uma via de pouco movimento nas proximidades. No entanto, em vez de jogar futebol, tomou outro rumo.

Ele e os meninos foram à rua Pernambuco, porque queriam as bolinhas coloridas deixadas para trás em um campo de paintball, que é um jogo de duas equipes em que os participantes tentam atingir os adversários com ?tiros? de tinta.

Quando eles deixavam o terreno, o trator que estava fazendo a limpeza da rua teria perdido freio. Segundo testemunhas, um grupo correu para a direita da rua, enquanto Cadu tentou escapar pela esquerda, mas acabou atropelado.

Vizinhos tentaram socorrer a criança, mas o menino já chegou morto ao Hospital Geral de Nova Iguaçu, conhecido como hospital da Posse.

Veja Também
Tópicos
SEÇÕES