Rebelião em hospital de Salvador deixa um interno morto

Em referência à suspeita de assassinato, a Seap confirmou que o corpo de um interno foi encontrado

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Uma rebelião no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico da Bahia deixou um interno morto em Salvador. A situação é mais grave do que a versão inicial dada à imprensa pela Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap). O órgão havia informado que a rebelião havia ocorrido e sido controlada na sexta-feira, mas a reportagem apurou, junto a funcionários da unidade, que o problema se instalou há, pelo menos, cinco dias. Um interno morreu, com suspeita de homicídio, na segunda-feira - informação só confirmada pela Seap nesta sexta.

Em referência à suspeita de assassinato, a Seap confirmou que o corpo de um interno foi encontrado carbonizado nas dependências do hospital-presídio. Segundo informou a assessoria, o caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo a assessoria de comunicação do Departamento de Polícia Técnica (DPT), o corpo de Márcio Batista dos Santos, procedente do Hospital de Custódia, foi sepultado no Cemitério Quinta dos Lázaros na tarde de quinta-feira. Agentes da 3ª CP (Bonfim) também confirmaram o óbito.

Ainda de acordo com a assessoria da Seap, três internos, que não tiveram os nomes divulgados, foram medicados e transferidos para a Cadeia Pública (Complexo Penitenciário, na Mata Escura) ainda na manhã desta sexta, por causa da tentativa de formar lideranças para protestar. A assessoria informou que o princípio de tumulto, causado pelas transferências, tinha sido controlado, e que a situação estava "normalizada".

Segundo o diretor do Sindicato dos Servidores Penitenciários da Bahia (Sinspeb), João Santana, que teve acesso ao interior do Hospital de Custódia, um grupo teria começado a rebelião assassinando Márcio Batista a facadas, e depois o degolaram. O motivo seria porque Márcio não concordava com as ideias do grupo rebelado. "Eles estavam reivindicando aparelho de DVD, de som e peças para jogatina. Como não foram atendidos, começaram a quebrar o refeitório", relatou o funcionário.

João Santana disse que os presos reclamavam, ainda, que uma ala rival tinha direito a aparelhos como notebooks e eles queriam a mesma regalia. Segundo o presidente do sindicato, os presos estabeleceram prazo para ter os pedidos atendidos: "Eles deram até hoje (sexta) para atenderem às reivindicações feitas no dia 12".Como não teriam sido atendidos, teriam quebrado o refeitório, se armando com chunchos (armas improvisadas de aço) e pedaços de pau, para intimidar os agentes".

"Vinte homens da Polícia Militar ajudaram a controlar os presos", assegurou outro funcionário. Para ele, a situação no local é de risco diante da "falta de estrutura".

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