Morreu assassinado na terça-feira (10/5) na Colômbia, onde passava a lua de mel, um promotor que investigava o crime organizado no Paraguai. A informação foi confirmada pelo presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, que condenou o crime em postagem no Twitter.
"O assassinato covarde do promotor Marcelo Pecci na Colômbia deixa toda a nação paraguaia de luto. Nós condenamos este trágico acontecimento com a maior veemência e redobramos nosso compromisso de lutar contra o crime organizado", escreveu.
No ano de 2017, Pecci liderou foi a chamada operação "Zootopia", em que foi desmontada a maior estrutura da facção criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC) no Paraguai, com apreensão de 500 quilos de cocaína.
O promotor também investigava uma chacina ocorrida no ano passado em Pedro Juan Caballero, na qual morreram quatro pessoas — incluindo a filha do governador da província de Amambay e duas estudantes brasileiras (Kaline Reinoso de Oliveira, de 22 anos, e Rhannye Jamilly Borges de Oliveira, de 18 anos). A principal suspeita das autoridades é que o crime tivesse sido cometido por causa de uma disputa interna em uma quadrilha brasileira de traficantes de drogas.
O narcotráfico na fronteira entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, é controlado por pessoas ligadas ao PCC.
Casal havia anunciado primeiro filho
Pecci morreu na ilha de Barú, localizada a cerca de 40 minutos de barco da cidade de Cartagena das Índias.
A embaixada do Paraguai na Colômbia foi informada sobre o acontecimento que ainda está sob investigação e que mantêm contato com a Polícia Nacional da Colômbia, que está realizando as investigações.
O diretor da Polícia Nacional da Colômbia, general Jorge Luis Vargas, disse à imprensa que as autoridades estão tomando atitudes urgentes e confidenciais que, segundo afirmou, "ajudarão a identificar os responsáveis por este lamentável acontecimento".
A Polícia paraguaia também enviou uma delegação à Colômbia que se juntará à investigação.
Pecci, de 45 anos, era procurador especializado contra o Crime Organizado, Narcotráfico, Lavagem de Dinheiro e Financiamento do Terrorismo.
Ele havia recém se casado com a jornalista paraguaia Claudia Aguilera em 30 de abril e estava em lua de mel com ela.
Aguilera disse à imprensa paraguaia que eles foram abordados por dois homens que chegaram em um barco à praia do hotel onde estavam hospedados e que atiraram em seu marido. Ele disse que não recebeu ameaças de morte.
Na manhã de terça-feira, o casal havia anunciado no Instagram que estava esperando um filho.