O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público Estadual, denunciou à Justiça nesta quarta-feira (5) à noite sete policiais civis sob a acusação de que eles extorquiram dinheiro do megatraficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadía, preso em 2007 pela Polícia Federal.
A denúncia está sendo analisada na tarde desta quinta-feira pela Justiça. Os promotores de Gaeco também pediram a decretação da prisão preventiva (que pode durar até o fim do julgamento) desses sete policiais civis, que foram alvo de dois inquéritos policiais da Corregedoria da Polícia Civil.
Até o final deste mês, outros dois inquéritos ainda abertos para apurar extorsões praticadas contra Abadía e pessoas que o ajudavam a traficar drogas a partir de São Paulo serão concluídos pela Corregedoria da Polícia Civil e também resultarão em denúncias à Justiça e mais pedidos de prisões. Quando foi preso pela Polícia Federal, em agosto de 2007, em um condomínio de luxo em Aldeia da Serra, Barueri (Grande São Paulo), Abadía contou à PF que policiais civis do chamado o "outro PCC" (policiais civis corruptos) exigiram dele cerca de US$ 1,2 milhão (pouco mais de R$ 2,4 milhões), mais dois veículos, para que ele e seus comparsas não fossem presos.
Ex-chefe do Cartel Vale do Norte, Abadía foi extraditado pelo governo brasileiro para os Estados Unidos, em agosto de 2008, depois de ter confirmado as extorsões sofridas por ele e seus comparsas no Estado de São Paulo. As extorsões que o Gaeco e a Corregedoria da Polícia confirmaram agora à Justiça foram reveladas com exclusividade pela Folha, logo após a PF ter prendido Abadía. O Gaeco informou, por meio de sua assessoria, que não vai se manifestar sobre as denúncias hoje (6).