O primeiro mês do ano de 2014 já tem registrados pela polícia 32 homicídios em Teresina, a maioria são vítimas na faixa etária de 15 a 30 anos. A gravidade das ocorrências comove a população, a exemplo do caso em que a mãe ajudou a amarrar o próprio filho envolvido em um assalto nesta quinta-feira, 23, no bairro Areias, em Teresina.
Nesta sexta-feira, 24, o programa Agora, da Rede Meio Norte, promoveu um debate com a participação de populares que têm familiares envolvidos com drogas, e também com a participação de Pastorais das Igrejas Católica e Evangélica , além de representantes de grupos de apoio à família.
A professora de Educação Física do bairro Ilhotas, conhecida por Rosa, afirma que é irmã de dois dependentes químicos e associa a difícil situação à separação dos pais. ?Um deles está internado há dois meses e o outro não tem perspectiva de vida e vive consumindo drogas o tempo todo, depois de um ano e meio internado. A gente não pode apontar apenas um culpado. A nossa mãe nos criou sozinha. Com certeza a união da família favorece na formação dos filhos?.
Uma dona de casa, ainda no bairro Ilhotas, com grande lamento, afirma que o seu sobrinho vive nas ruas. ?Ele só almoça lá em casa quando aparece?. Ela afirmou que o pai do rapaz foi assassinado, o que o fez adentrar no mundo das drogas.
Para o pastor Osmar Carvalho, a base de uma sociedade é a família e não o Estado e nem a Segurança Pública. Ele afirma que as drogas são o maior mal do século. ?Se ela (a família) entrar no caminho da falência, nós vamos ter o que estamos enxergando todos os dias; o mundo está o caos porque as drogas são o mal deste século?. Ele assegura que a formação dos filhos é fruto de uma convivência harmoniosa entre os pais. ?A regra é: pai e mãe estruturados com filhos debaixo de afetos com disciplina?
A coordenadora e psicóloga do Grupo de Apoio à Família, Rita Lisboa, atua no bairro Ilhotas, zona Norte de Teresina, onde várias vidas já foram ceifadas por causa das drogas. Ela considera a situação atual é um grande desafio, pois os familiares somente procuram o grupo quando estão em situação de extrema fragilidade. ?Elas só vêm quando não sabem mais o que fazer?, disse.