Um professor de escolhinhas de futebol de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, foi apresentado na manhã desta terça-feira (24) na Delegacia Especializada no Atendimento e Orientação do Adolescente. Segundo a delegada Lia Valechi, o homem de 58 anos é suspeito de estuprar um aluno de 12 anos de uma escolinha do Bairro Pacaembu.
No último dia 6 de julho, um Boletim de Ocorrência foi registrado pela família do menor, afirmando que ele era vítima de abusos sexuais praticados pelo professor. A Polícia Militar (PM) repassou o caso à Polícia Civil de Uberlândia, que deu procedimento às investigações. ?Ao ser ouvido, o adolescente confirmou o relato dos pais de que, ao final dos treinos, o professor ficava com ele e fazia com que ele retirasse as vestes e praticava na criança sexo oral?, relatou a delegada.
A família do garoto contou que começou a perceber as mudanças comportamentais e a hesitação dele em ir aos treinos. Segundo os pais, o futebol era algo que ele adorava e, então, começaram a questioná-lo sobre o por quê da mudança, até que ele contou a situação. O primo da vítima, que treinava na mesma escola, também foi ouvido e confirmou que o professor solicitava ao menor que o aguardasse em uma padaria próxima da escola após o treino.
O primo ainda disse que a maioria dos alunos ficava zombando da vítima e dizendo que o professor era homossexual, pois todos suspeitavam da possível relação dos dois. ?O primo nos informou que o professor demonstrava certa preferência ao aluno suspeito de abuso. Elogiava muito e separava os melhores coletes para ele, por exemplo?, contou a delegada.
De acordo com o advogado do professor, Luiz Oliveira, o cliente, que também é cunhado dele, já administrava aulas há quase 30 anos e tinha cerca de 100 alunos nas três escolas. Além da unidade no Bairro Pacaembu, o homem treinava outros garotos em uma escolhinha dos bairros Planalto e Gramado. ?É difícil chamá-lo de culpado. Ele é uma pessoa íntegra, de família. Tem namorada e cuida da mãe, de 75 anos. Trabalha há muito tempo com respeito e profissionalismo pelos alunos?, disse o advogado.
O suspeito já foi acusado de abuso sexual antes, mas como não foi feito o flagrante e nem houve provas suficientes para condená-lo nada aconteceu. ?Falaram que eu havia chamado um menino para ir ao banheiro, mas eu nunca fiz isso. Sempre respeitei muito os meus alunos?, esclareceu o professor.
Sobre o caso atual, o suspeito se defendeu e afirmou que a família o acusou porque ele mudou o método de treino e estava mais rigoroso, principalmente com a suposta vítima. ?Eu não fiz nada disso com ele. Eu tenho minha namorada, tenho minha mãe para cuidar, eu sou inocente. O que aconteceu foi que mudei o jeito dos treinos no início do mês e um dia este aluno, que está me acusando, ficou nervoso, saiu me xingando e batendo o portão. Eu disse que ligaria para a mãe dele para contar sobre o comportamento e ele pediu para que eu não o fizesse, pois o pai era bastante violento?, disse.
Após ouvir todos os depoimentos, a delegada da Polícia Civil solicitou um mandado de prisão preventiva do suspeito, que ficará preso por 10 dias, período estimado para a conclusão do inquérito. Terminado este tempo, a manutenção ou não da prisão ficará à cargo da Justiça.