O advogado Renato Ventura Ribeiro, 39 --professor da USP (Universidade de São Paulo)--, e seu filho de cinco anos foram encontrados mortos a tiros nesta quarta-feira (22) no apartamento dele no bairro da Saúde, zona sul de São Paulo. A polícia investiga a hipótese de que ele tenha assassinado o filho e depois se matado.
Segundo o delegado Virgílio Guerreiro Neto, a polícia investiga se o crime está relacionado a uma disputa judicial entre Ribeiro e a mãe do menino, a advogada Fabiane Húngaro Menina, 37, que tinha a guarda da criança. "Ele pediu a mudança da guarda e não conseguiu, a sentença saiu faz dez dias", disse o delegado. Tanto o advogado quanto a mulher, segundo o delegado, já haviam ameaçado fugir com o garoto.
O menino Luis Renato havia sido deixado pela mãe no prédio do pai na última sexta-feira.
Ribeiro deveria devolver a criança no domingo, quando estava marcada a festa de aniversário da mãe. Como o menino não havia retornado, Fabiane foi à polícia na segunda-feira e até ontem tentava obter autorização na Justiça para entrar no apartamento.
Ontem, Márcia Souza, faxineira de Ribeiro, foi ao apartamento pela manhã. Ela afirmou à polícia ter estranhado o fato de o advogado estar fechado no quarto. Ela arrumou o restante do apartamento e retornou por volta das 16h30. "À tarde eu voltei para terminar [o trabalho] e encontrei lá os corpos, pedi ajuda do zelador. Estavam os dois deitados na cama como se estivessem dormindo. Eu não vi mais nada porque não tive coragem", disse a faxineira.
O menino foi encontrado com um tiro na nuca e o advogado, baleado na cabeça. Ele segurava na mão uma pistola Glock. A polícia acredita que o crime foi na própria sexta-feira.
O casal havia namorado por seis meses e se separado quando o filho nasceu.
Ribeiro lecionava direito comercial na Faculdade de Direito da USP, no largo São Francisco, e ajudou na elaboração da atual lei eleitoral.
Segundo funcionários da USP, suas próximas aulas, de direito de seguro privado, estavam marcadas para sexta-feira. Foi na USP que ele se formou e fez mestrado e doutorado, segundo seu "Currículo Lattes" cadastrado no site da CNPq. Era especialista em questões jurídicas sobre exclusão de sócios e sociedades anônimas.