Prestes a ser julgado, Bruno perde emprego de faxineiro na cadeia onde ganhava R$ 466

Segundo Secretaria de Defesa Social, goleiro recebia R$ 466 por mês pela faxina

Goleiro Bruno era faxineiro na cadeia | Reprodução
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Punido no fim do mês de julho por enviar uma carta a um programa de televisão, o goleiro Bruno Fernandes não voltou mais a trabalhar como faxineiro do presídio Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana, onde está detido desde que foi liberado pela Justiça.

Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), após o término da punição, no dia 4 de agosto, não houve registros de que o jogador tenha voltado a trabalhar como faxineiro, função que exerceu durante o período de julho de 2011 e julho de 2012.

Pelo trabalho, o goleiro recebia uma remuneração mensal de R$ 466 e, durante o período, ganhou cerca de R$ 5.592. O valor equivale a apenas 3% do salário bruto mensal que Bruno recebia do Flamengo antes de ser detido, que, conforme o advogado Francisco Simim, era de R$ 150 mil, fora outros ganhos, como valores recebidos por publicidade.

Procurados, os advogados de defesa do jogador não foram encontrados para comentar o caso.

Escola

No início de setembro, um documento mostrou que Bruno estaria trabalhando na limpeza da Escola Estadual Professor Paulo Freire, que fica dentro da penitenciária.

Segundo a lista de tarefas do goleiro, ele seria o responsável, juntamente com outros presos, pela limpeza das salas de aula, da distribuição de livros e também pela faxina do banheiro do pátio.

Conforme o documento, Bruno era acompanhado por um agente penitenciário enquanto realiza o serviço, duas vezes por semana.

Questionada, a assessoria de imprensa da Seds disse não ter conhecimento do documento, e reafirmou a posição de que Bruno não estaria mais trabalhando como faxineiro, já que isso não consta mais na ficha do jogador.

Punição

Segundo a Seds, Bruno foi punido, pois ?cometeu erro disciplinar ao ignorar as regras de segurança do Complexo Penitenciário Nelson Hungria? quando enviou o documento ao programa por meio de seus advogados de defesa.

Os defensores do jogador tentaram, por várias vezes, suspender a punição imposta a Bruno, sem sucesso. Segundo Francisco Simim, o goleiro não poderia ter sido impedido de trabalhar.

? Os funcionários da Nelson Hungria leram todo o conteúdo da carta antes de sairmos de lá. Nada foi escondido.

A carta

No texto, o goleiro afirma que é inocente, e que está pagando por um crime que não cometeu. "Te confesso, pelo sangue de Cristo Jesus que nunca desejei, ordenei ou determinei a quem quer que seja o desaparecimento de Eliza Samudio!?.

Bruno também reafirma que reconheceu a paternidade do garoto Bruninho, filho de Eliza. ?Inclusive, gostaria de acrescentar que o Bruninho tem sim um pai, aliás, sempre teve".

Ele encerra o texto afirmando que ?o único erro na minha vida foi ter confiado em algumas pessoas, mas vou lutar com todas as forças para provar para o mundo que eu sou inocente!?.

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