Presos após incêndio na Kiss estão sós em celas e não se encontram

Presos por causa de incêndio em Santa Maria (RS) ocupam celas individuais e não se encontram

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As quatro pessoas presas temporariamente por causa do incêndio na boate Kiss, que deixou pelo menos 239 mortos em Santa Maria (RS), ocupam celas individuais de seis metros quadrados e não se encontram durante o banho de sol diário a que têm direito.

O empresário Mauro Hoffmann e os músicos Antônio de Jesus dos Santos e Marcelo Bonilha estão detidos provisoriamente na Penitenciária Estadual de Santa Maria desde o dia 28 de janeiro.

O empresário Elissandro Spohr, o Kiko, se juntou a eles no dia 5 de fevereiro, depois de receber alta de um hospital de Cruz Alta (RS).

O presídio é um dos mais modernos do Rio Grande do Sul e foi inaugurado há dois anos.

Apesar de ter capacidade para abrigar 760 detentos, a população carcerária da unidade é de 526 presos --a maioria cumprindo pena por crimes leves. A unidade fica localizada a 15 quilômetros do centro de Santa Maria.

As oito galerias agrupadas em dois pavilhões têm 125 celas, normalmente ocupadas por seis detentos.

Como o caso ganhou repercussão até mesmo dentro do presídio, foi necessário isolar os suspeitos dos outros presos para evitar represálias.

"Tem que fazer uma equação diária aqui para garantir banho de sol individual de uma hora para cada um deles. Por enquanto não tivemos problemas", afirma o administrador substituto da penitenciária, Márcio Cleber Dutra.

O administrador negou que os suspeitos durmam em colchões no chão. "As celas são bem equipadas e os equipamentos são novos. Todas têm camas e colchões novos, ninguém dorme no chão", disse Dutra.

O advogado de Kiko Spohr, Jader Marques, afirmou que seu cliente dormia no chão e que dividia a cela com um homem de 55 anos acusado de furto.

A rotina dos quatro suspeitos, que têm previsão provisória decretada até o dia 2 de março, é similar a dos presos comuns.

Eles ocupam celas no módulo 2 da penitenciária, reservada a réus primários, de primeira entrada em penitenciárias, e a presos temporários. Devido à necessidade de rodízio no banho de sol, o horário varia diariamente.

Além do banho de sol, os quatro têm direito a receber visitas duas vezes por semana.

Dutra disse que todos recebem parentes diretos, de primeiro grau, regularmente. Os presos também podem receber alimentação especial e têm acesso a livros, revistas e aparelho de televisão. Computadores não são permitidos.

Segundo o administrador da penitenciária, os suspeitos apresentam um estado geral considerado satisfatório.

Uma vez por semana são examinados na enfermaria da unidade. Dutra disse que o mais "abatido" dos quatro é Spohr, único dos dois sócios do empreendimento que estava na boate na noite da tragédia.

A luz das celas é desligada às 22h. Os quatro suspeitos já tentaram obter um habeas corpus duas vezes, mas os pedidos foram negados pela Justiça.

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