O suspeito de matar o coordenador do AfroReggae admitiu, em depoimento prestado nesta terça-feira (27), que participou do crime, mas não foi responsável pelo disparo. Evandro João da Silva, de 42 anos, foi morto no último dia 18 no Centro do Rio.
No depoimento, o suspeito admitiu ter sido o primeiro a abordar a vítima, mas disse que o disparo foi feito pelo cúmplice, que ainda está foragido.
O suspeito também contou que entregou a jaqueta roubada nas mãos de um policial e que a arma do crime foi jogada em uma lixeira.
A polícia já convocou os dois PMs que abordaram os assaltantes depois do crime para fazer o reconhecimento do preso.
Prisão do suspeito
O suspeito foi preso na noite de segunda-feira (26). Em nota oficial, a PM informou que o homem, identificado apenas como Rui Mário, conhecido como ?Romarinho?, foi localizado por uma equipe do Serviço de Inteligência da corporação, próximo ao local do crime. Ele foi levado para a 1ª DP (Praça Mauá), onde o caso está sendo investigado.
A Polícia agora concentra as buscas no segundo suspeito que teria participado do crime, como mostram as imagens das câmeras de segurança. O retrato falado dele já foi divulgado.
O assalto
O assalto aconteceu na madrugada do dia 18, na Rua do Carmo, no Centro do Rio. Imagens feitas por câmeras de segurança registraram a ação dos criminosos. Na última sexta-feira (23), a juíza Yedda Christina Ching-San Filizzola Assunção, da Auditoria da Justiça Militar do Rio decretou a prisão preventiva de dois PMs acusados de ter omitido socorro à vítima.
O capitão Dênis Bizarro e o cabo Marcos Salles foram levados para o Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica, no subúrbio, onde devem ficar por pelo menos 25 dias. De acordo com a polícia, eles são acusados, ainda, de ficar com a jaqueta e o tênis roubados da vítima e de permitir a fuga dos assaltantes.
Na última quinta-feira (22), a comandante do 13º BPM (Praça Tiradentes), tenente-coronel Edite Bonfadini, informou que os dois policiais militares alegaram que não viram a vítima. No mesmo dia, o comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, pediu desculpas à família pela omissão de policiais durante o crime. Ele lamentou, ainda, a atitude dos militares.
Nova denúncia de omissão
Em entrevista coletiva na sexta-feira (23), o coronel Mário Sérgio Duarte considerou ?ofensa à corporação? uma crítica feita pelo coordenador geral do AfroReagge, José Junior, que, ao final do encontro no Quartel Central , no Centro, chamou o capitão e o cabo de ?bandidos.
O coronel já enfrentara uma situação de constrangimento ao ouvir o músico Anderson Elias dos Santos, outro integrante do grupo, sustentar que, 50 minutos após ser baleado, o coração de Evandro ainda batia, mas outros dois PMs teriam reagido com indiferença ao pedido de socorro.
O AfroReggae, obra social que se empenha em evitar o envolvimento de jovens de comunidades com o narcotráfico, por meio da música, tem procurado, ao longo dos anos, manter um bom relacionamento com a Polícia Militar.