O caseiro Ênio Tomaz da Rocha, de 47 anos, suspeito de matar uma idosa em São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi preso na manhã desta quinta-feira (2). De acordo com o 23°BPM, que efetuou a prisão, os policias efetuaram a prisão do suspeito após receber uma denúncia.
Segundo o tenente Edilson Bezerra, PMs que faziam ronda foram acionados e encontraram Ênio caminhando na altura do Clube de Remo do Vasco da Gama. Ao avistar os policiais, o suspeito teria tentado fugir, mas foi alcançado. Ênio chegou a ser encaminhado para a 15ª DP, na Gávea, mas, por se tratar de assasinato, foi levado para a Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca, Zona Oeste.
Apresentado à imprensa por volta das 11h30, Ênio não falou com a imprensa sobre o caso.
Na tarde de quarta (1º), a polícia fez buscas na Rocinha. No mesmo dia, o Disque-Denúncia divulgou um cartaz para auxiliar a polícia a prendê-lo.
O suspeito trabalhava na casa de vítima, Alpha Dias Kieling, de 76 anos. A idosa foi encontrada morta e parcialmente enterrada nos fundos da casa onde morava, no domingo (29).
Passagem pela polícia
O delegado Rivaldo Barbosa informou, na terça, que Ênio já tinha passagem pela polícia por roubo e furto e que já havia sido investigado pela DH por ocultação de cadáver e homicídio. Em maio deste ano, ele já tinha cometido o mesmo crime. Segundo Barbosa, Ênio matou e ocultou o corpo de uma funcionária de uma creche, em Botafogo, também na Zona Sul da cidade.
"O que nos fez crer que ele é o autor, foi porque este cidadão usou o mesmo modo operante no crime contra a Alpha. Tudo isso foi levado em consideração. E uma das circunstâncias do procedimento, foi porque somente ele tinha acesso à casa", explicou Rivaldo.
O titular da DH acrescentou ainda que Ênio tentou despistar o filho da vítima, quando ele foi procurá-la. "Quando [o executivo] Robert [Dannenberg] foi até a casa onde sua mãe morava a procura dela, o Ênio disse que Alpha tinha viajado para Teresópolis, para poder despistar não só o filho, como a polícia também", completou.
O delegado disse também que o suspeito possui tatuagem com o símbolo de uma cruz em cada um dos braços.
Suspeito ligou para delegacia
Nesta terça, o suspeito chegou a ligar para a delegacia e disse que iria se entregar. O filho da vítima, o executivo Robert Dannenberg, que também estava na delegacia, disse, emocionado, que está satisfeito com o trabalho da polícia. "A Justiça tarda, mas não falha", disse ele. Robert afirmou que o suspeito roubou um frigobar, uma bicicleta e jóias da mãe.
A polícia ainda não tem informações sobre o que motivou o crime. O delegado acrescentou que o laudo da causa da morte ficou pronto, mas o resultado foi inconclusivo, já que o corpo estava em estado de decomposição. "Pedidos um outro laudo complementar para chegarmos a um resultado", concluiu Rivaldo Barbosa.
Caseiro já era suspeito
O vigia de uma das casas, que preferiu não se identificar, disse que o caseiro de Alpha tinha um comportamento estranho. Ele trabalhava na casa há pelo menos quatro meses. ?A gente não pode dizer de certeza se foi ou não a pessoa, Mas ele é um suspeito. Tem 12 anos que eu trabalho aqui na rua. Eu nunca vi uma coisa dessas?, disse o vigia, na ocasião.
Em depoimento à polícia, o chefe da segurança do condomínio também levantou suspeitas sobre o caseiro.
Na casa dela, não havia sinais de arrombamento. Mas alguns objetos foram roubados, segundo o filho. ?Joias, uma bicicleta e frigobar?, disse Robert Dannenberg.