Pedrinhas tem princípio de tumulto de detentos no bloco A da central no MA

Confusão aconteceu no bloco A do presídio nesta quinta-feira (16).

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Um princípio de tumulto foi registrado na tarde desta quinta-feira (16), no bloco A da Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) de Pedrinhas. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap).

De acordo com nota enviada pela Sejap, homens do Batalhão de Choque da Policia Militar e do Grupo Especial de Operações Penitenciárias (Geop) contiveram a reivindicação. A Força Nacional também participou da ação, mas dentro do que estava estabelecido como "rotina", segundo a pasta.

O comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, tenente-coronel Raimundo Sá, afirmou que o tumulto teve início por volta das 14h. Neste momento, está sendo feita a vistoria no presídio.

"A revista é um procedimento padrão, porque, como os presos estavam batendo nas grades, eles poderiam estar querendo desviar a atenção da polícia. Entre as reivindicações dos detentos está a celeridade dos processos, a retirada do choque de dentro de Pedrinhas e visitas", afirmou Sá. O tenente-coronel também confirmou que detentos continuam fazendo greve de fome em quatro alas na CCPJ de Pedrinhas.

Desde segunda-feira (13), os presos estão protestando contra a má qualidade na comida, a falta de assistência médica e, principalmente, a demora no julgamento de processos pela justiça.

O secretário de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), Sebastião Uchôa, criou uma comissão para manter entendimentos com os detentos. Segundo Uchôa, em busca do atendimento às reivindicações, a Sejap já chamou a empresa que fornece a comida nos presídios para discutir melhorias.

Visita de comissão

Também na segunda-feira (13), a Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal visitou as instalações do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, durante duas horas, aproximadamente. A senadora Ana Rita (PT), que preside a comissão, conversou com os presos.

De acordo com assessoria do Senado, o objetivo da visita à capital maranhense foi verificar a situação do sistema carcerário do estado. Estão em São Luís a presidente da CDH do Senado, senadora Ana Rita (PT-ES) e o vice João Capiberibe (PSB-AP), além de Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Humberto Costa (PT-PE). Os senadores maranhenses Edinho Lobão Filho (PMDB-MA) e João Alberto (PMDB-MA) também fazem parte do grupo.

Indenização para famílias

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Maranhão OAB-MA, Mário Macieira, disse, em entrevista à Rádio CBN, concedida na manhã desta quinta-feira (16), que a instituição vai propor ação civil pública para pedir que o Estado do Maranhão indenize as famílias dos detentos mortos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas e as vítimas dos ataques a ônibus realizados na noite de 3 de janeiro deste ano, em São Luís.

Segundo Macieira, a Comissão de Direitos Humanos da OAB-MA também está acompanhando a situação das pessoas que ficaram feridas nos ataques a ônibus. A ação deve ser submetida ao conselho.

Violência

Uma onda de ataques a ônibus e delegacias aconteceu em São Luís na noite de 3 de janeiro. A ordem partiu da liderança de uma facção criminosa, de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Quatro ônibus foram incendiados, duas delegacias alvejadas e cinco pessoas ficaram feridas. Até agora, 22 suspeitos foram detidos por envolvimento nos ataques, entre eles, seis menores.

Entre as vítimas, a menina Ana Clara Santos, de 6 anos, que teve 95% do corpo queimado no ataque, morreu no dia 6 de janeiro. A irmã dela, Lorrane Beatriz Santos, de 1 ano e 5 meses, teve 20% do corpo queimado e recebeu alta médica nesta quarta-feira (15). A mãe das duas meninas, Juliane Carvalho Santos, de 22 anos, teve 40% do corpo queimado no ataque e continua estável, mas em estado grave, no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), em Brasília.

O entregador de frangos Márcio Ronny da Cruz, de 37 anos, que teve 72% do corpo queimado tentando salvar as crianças, está no Hospital de Queimaduras de Goiânia (HQG) e respira com ajuda de aparelhos. A operadora de caixa Abiancy Silva, de 35 anos, teve 10% do corpo queimado no ataque e está no Hospital Tarquínio Lopes, em São Luís, com queimaduras no braço direito e no abdômen. Ela ainda não tem previsão de alta, mas está fora de perigo.

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