O prefeito de Londrina (388 km de Curitiba), José Joaquim Ribeiro (sem partido), foi preso em um hotel do litoral de Santa Catarina na manhã desta quinta-feira (20) por policiais civis do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A prisão preventiva de Ribeiro foi determinada na noite desta quarta-feira (19) pelo Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná, depois que ele assumiu ter recebido propina de empresários durante licitações.
A prisão aconteceu por volta das 9h, em praia de Piçarras (120 km de Florianópolis), por agentes catarinenses em parceria com o Gaeco de Londrina, sob a coordenação do promotor Cláudio Esteves. O mandado de prisão foi despachado ontem pelo desembargador da 2ª Câmara Criminal do TJ, José Maurício Pinto de Almeida, com base na ação criminal de promotores e investigadores.
As denúncias investigadas foram de corrupção e fraudes na licitação de kits escolares (uniformes, mochilas e tênis) para 35 mil estudantes de Londrina, entre 2010 e 2011. A quadrilha teria envolvimento de 19 pessoas, entre empresários e agentes públicos.
Ribeiro havia confirmado em depoimento feito ao Gaeco ? assinado pelo próprio prefeito ? que recebeu R$ 150 mil enquanto exercia a função de vice-prefeito. "Os autos demonstram que ele está causando uma inegável intranquilidade social, uma vez que confessou, inclusivamente em entrevista à imprensa, ter participado de alguns dos crimes mencionados na denúncia", diz o despacho do desembargador.
O prefeito foi o único com prisão decretada porque o TJ considerou perigoso o fato de Ribeiro estar ainda na prefeitura "com acesso pleno a documentos que possam ser imprescindíveis às investigações" de promotores e policiais.
Ribeiro, que estava de licença médica desde o dia 13 de setembro, era vice de Barbosa Neto (PDT), prefeito que foi cassado em 30 de julho último pela Câmara de Vereadores, acusado de pagar o serviço de vigilância da rádio da família com dinheiro público.
O advogado do prefeito preso, Paulo Nolasco, informou à imprensa que vai recorrer da decisão judicial, argumentando que foi criado um ?cenário? para incriminar apenas o cliente dele, deixando de lado os verdadeiros corruptos da cidade.