A Polícia Federal confirmou hoje (30) que um avião de pequeno porte carregado de cocaína quase foi abatido pela Força Aérea Brasileira (FAB) na tarde de ontem (29). A aeronave transportava 124 quilos de cocaína, além de munições. Os ocupantes ainda estão foragidos.
De acordo com o delegado regional de Combate ao Crime Organizado, Wesley Almeida, a operação pode indicar a ação de uma mesma quadrilha no entorno de Goiás, além de uma nova rota do tráfico próxima ao Distrito Federal.
Inicialmente, a FAB detectou a entrada do avião clandestino em território nacional por meio da fronteira com o Mato Grosso. Uma aeronave foi enviada ao local e pediu ao piloto que se identificasse, além de exigir o pouso imediato do avião. Como a ordem não foi obedecida, foram feitos disparos de advertência, que obrigaram o piloto a realizar um pouso forçado em uma chácara próxima a Luziânia, cidade goiana, a 140 quilômetros de Brasília.
Acionada pela FAB, a Polícia Federal tentou chegar ao local, mas os suspeitos conseguiram fugir, já que um veículo com placa do Rio de Janeiro auxiliou na fuga e no transporte da droga. Após uma rápida perseguição, o carro foi abandonado. O delegado não soube precisar quantos homens estão foragidos, mas calcula que entre dois e quatro adentraram nas matas da região.
Para Almeida, não há indícios fortes de que os suspeitos tivessem alguma ligação com os donos da chácara onde o avião pousou, mas a hipótese ainda não foi descartada. Ele acredita ainda que a cocaína veio da Bolívia, uma vez que os pacotes estão marcados com uma estrela - símbolo usado por quadrilhas bolivianas.
A aeronave já foi recolhida e está sendo levada para Goiânia (GO), onde deve passar por perícia e, em seguida, ficar à disposição da Justiça. Já o veículo abandonado permanece no pátio da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. O montante da droga foi avaliado em cerca de R$ 1 milhão.
A partir de agora, segundo o delegado, será instaurado inquérito policial para determinar quem é responsável pelo avião e a origem da droga e dos demais bens apreendidos. As buscas pelos suspeitos continuam, mas o local não foi divulgado para não comprometer as investigações.
O delegado lembrou que, em 2007, a Polícia Federal fez uma apreensão similar na mesma região onde o avião fez um pouso forçado. Na época, cerca de 130 quilos de cocaína foram recolhidos.