Apenas supostos ruídos no andar de cima e as brincadeiras de uma criança de dois anos foram suficientes para que um policial penal arrombasse a porta do apartamento de uma família, agredisse o vizinho com socos e coronhadas, e ainda como se não bastasse, apontasse uma pistola contra ele.
O homem identificado como agente da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) teria cometido as agressões após uma discussão no condomínio, na Barra da Tijuca(RJ). O caso foi registrado na 32ª DP (Taquara) e ele chegou a ser preso, mas foi solto após pagar fiança e responderá em liberdade.
Após o ocorrido, o analista de sistemas Leandro Citro, que foi agredido na frente da esposa e da filha, tem medo de voltar para casa e está acolhido na residência de um familiar. Tem pontos na cabeça por conta das coronhadas e hematomas no olho. Para Leandro, no entanto, o mais doloroso tem sido o sentimento de impotência. "Eu esperava a morte", diz o analista.
Agressão com arma
"Ele morava embaixo do meu apartamento e sempre reclamava que tinha ruído. ", afirma Leandro. Na última segunda, por volta das 23h, o policial penal tornou a reclamar do barulho. "Ouvi ele gritar na janela que ia levar uma bala para a gente... Quando eu abro a porta, ele põe a arma na minha cara. Tentei fechar a porta, medi forças com ele, mas ele conseguiu arrombar".
A briga, então, foi para o corredor, despertando vizinhos e seguranças do condomínio. "Nesse segundo momento, ele me deu coronhadas, tapas na cabeça. Senti uma terrível sensação de impotência". As imagens foram conseguidas pelo ODia online.
De acordo com a 32ª DP (Taquara), o homem foi preso pelos crimes de ameaça, lesão corporal e invasão de domicílio. Após pagar fiança e ter a arma apreendida, foi liberado e responderá em liberdade. A Seap informou que o agente está respondendo a um processo administrativo disciplinar por conta do ocorrido. "Esclarecemos, ainda, que durante as investigações, o mesmo permanecerá afastado da atividade fim", informou a pasta.