A formação de policiais militares e civis do Estado de São Paulo vai incorporar a questão da diversidade no treinamento a partir de 2016. O objetivo é melhorar a abordagem dos agentes a minorias como a população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) e os dependentes químicos, além dos negros. A promessa é do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes.
— Vamos fazer treinamentos práticos para que o policial saiba fazer uma abordagem melhor, mais respeitosa, em relação ao dependente químico, a negros. Isso vai ser incluído a partir do ano que vem na formação.
O secretário não admitiu que exista um excesso de violência policial na periferia da Grande São Paulo, mas afirmou que os casos não serão tolerados.
A violência policial no Brasil tem provocado constantes críticas de organismos internacionais. Em fevereiro de 2014, um relatório do Departamento de Estado dos EUA trouxe duras críticas à PM (Polícia Militar). Estudos da Human Rights Watch (HRW) e do Comitê sobre os Direitos da Criança da ONU (Organização das Nações Unidas) também apontam problemas semelhantes.
O secretário negou a existência de grupos de extermínio dentro das corporações paulistas, rebatendo declaração do ouvidor das polícias de São Paulo, Julio Cesar Fernandes Neves.
Sobre as 48 escolas estaduais ocupadas em São Paulo, o secretário afirmou que a PM não será usada nos processos de reintegração de posse.
Atual chefe da segurança pública do Estado, Moraes é formado em direito pela USP, onde é professor. Ele já foi secretário estadual de Justiça (2002-2005, na gestão Alckmin) e secretário municipal de Transportes (2007-2010, gestão Kassab).