Mesmo não tendo sido indiciados pela Divisão de Homicídios (DH), os dois policiais da UPP Alemão responsáveis pelo disparo que matou o menino Eduardo de Jesus, de 10 anos, em abril, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, ainda são investigados pela Corregedoria da PM. A 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) apura, entre outros crimes, se eles ameaçaram a mãe de Eduardo, a diarista Terezinha Maria de Jesus, após o crime.
Em junho, ela prestou depoimento à Corregedoria e afirmou que, após Eduardo ser atingido, ela correu atrás dos policiais que atiraram. Segundo Terezinha, um deles apontou um fuzil para a cabeça dela. Também prestaram depoimentos à PM os policiais do Batalhão de Choque que também estavam no local.
“Ele disse que já tinha matado um bandido e não se importava em matar a mãe. Eu falei: “Pode me matar, você já acabou com a minha vida” — disse Terezinha.
O inquérito da DH concluiu que houve um tiroteio entre PMs e bandidos. Na ocasião, o soldado Rafael de Freitas Monteiro Rodrigues admitiu ter disparado duas vezes. Já seu colega Marcus Vinicius Nogueira Bevitori afirmou ter dado um tiro. Ao todo, foram ouvidos 11 PMs e oito moradores do Alemão. Só os dois policiais da UPP afirmaram ter visto bandidos perto de onde Eduardo foi morto. Os demais PMs que estavam no grupo, do Batalhão de Choque, estavam atrás e alegam que não conseguiam ver o local. Uma irmã de Eduardo que, no momento do disparo, estava fora de casa, afirmou em depoimento que não houve tiroteio.