Os policiais militares acusados de tentativa de homicídio contra turistas em Fortaleza vão ser julgados nesta segunda-feira (16), às 13h30.
Rinaldo Carmo Sousa, Francisco Edemildo de Lima e Antônio Eduardo Martins Maia já foram excluídos dos quadros da PM do Ceará. Eles são acusados pelas tentativas de homicídio contra os espanhóis Marcelino Ruiz Campelo e Maria del Mar Santiago Almudever, o italiano Innocenzo Brancati e a brasileira Denise Sales Campos Brancati, no ano de 2007, em Fortaleza.
Segundo o Ministério Público do Ceará (MP/CE), no dia 26 de setembro de 2007, por volta das 21h, as vítimas trafegavam no sentido Aeroporto-Aldeota, em uma caminhonete, quando foram alvejadas por disparos vindos de viaturas policiais, que faziam cerco para capturar acusados de roubar um caixa eletrônico.
Sem fazer abordagem, os policiais efetuaram diversos disparos, dos quais 22 atingiram o automóvel. Innocenzo Brancati, que dirigia o veículo, foi atingido no braço e Marcelino Ruiz Campelo levou um tiro no ombro esquerdo. A bala se instalou na coluna e ele ficou paraplégico.
Ainda de acordo com a denúncia, os disparos só cessaram quando a vítima Denise Sales Campos Brancati saiu do automóvel para demonstrar que não eram assaltantes.
O MP/CE denunciou dez policiais militares, mas a Justiça pronunciou oito. Desses, dois já foram julgamentos e condenados.
Em dezembro de 2011, Francisco Emanuel Rodrigues Felipe recebeu pena de três anos e seis meses de reclusão, em regime aberto. No dia 23 de novembro do ano passado, Luiz Ary da Silva Barbosa Júnior foi condenado a 24 anos de prisão, em regime fechado.
Os policiais Marcelo Lima Alves e Francisco Eloy da Silva Neto, também acusados de envolvimento no crime, foram pronunciados, mas recorreram da decisão junto ao Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). Outros dois PMs, Antônio Liberato Dias e Marcos Antônio da Silva, foram impronunciados por falta de provas, porém o Ministério Público estadual apelou ao TJCE.
O policial Francisco Eunias de Souza, também acusado, morreu durante o curso da ação.
O júri será presidido pelo magistrado Henrique Jorge Holanda Silveira, titular da Vara. A acusação terá à frente o promotor de Justiça Manoel Epaminondas Vasconcelos Costa e a defesa ficará a cargo do defensor público Eduardo Villaça.