Mais cincos pessoas que, segundo a Polícia Civil, estão envolvidas nas depredações que ocorreram em Belo Horizonte durante a manifestação de quinta-feira passada, dia 12 de junho, podem ser presas nos próximos dias. Todas elas já foram identificadas, e a corporação trabalha para coletar mais provas dos delitos. Até o momento, só um ativista foi preso, e dois tiveram os mandados de prisão preventiva pedidos.
A Justiça ainda avalia o pedido de prisão de um casal que foi detido em flagrante na praça Raul Soares, área central da capital, com uma machadinha e uma micha, usada para roubar carros, além de máscaras de gás. Comerciantes da localidade e outras testemunhas reconheceram os dois, já que eles teriam tentando atacar lojas da região. Eles ainda estavam acompanhados de dois adolescentes.
Para conter a ação dos vândalos, a polícia aposta nas prisões e nos depoimentos de possíveis envolvidos nos crimes. Esse é o caso do jovem de 18 anos que está sendo investigado por ter participado da confusão no Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG). A reportagem apurou que o rapaz não quis dar detalhes do movimento ao qual estaria ligado às autoridades. Como mostrou O TEMPO nessa quarta, a mãe do garoto contou aos investigadores que o filho pertence a um grupo que recruta pessoas em pelo menos três Estados para realizar atos de vandalismo. Os atos em Belo Horizonte serviriam para ele ganhar reconhecimento e entrar de vez para a organização, segundo a mulher.
Na avaliação da corporação, o fato de o jovem ter se mostrado ?fechado? é um indício de que ele está bem orientado pelos líderes do movimento a não dar detalhes de como eles agem. Ainda segundo a polícia, no momento da detenção, ele carregava uma bandeira com a inscrição ?Unidade Vermelha? e ficou temeroso de que os agentes apreendessem o objeto.
A corporação informou também que o garoto aparece com a bandeira em uma das filmagens que registraram a depredação da viatura do Detran. No depoimento, ele confirmou que estava no local, porém, disse não ter participado do ato.
O grupo Unidade Vermelha é identificado na internet como ?uma organização revolucionária de caráter patriótico e internacionalista, articulada nas cinco regiões do Brasil?. Não fazem referência a partidos políticos, mas defendem a radicalização nos protestos. ?Os que acham que manifestações são simples passeatas, é melhor ficarem em casa mesmo (sic). À Radicalização! Abaixo o ?moralismo pacifista??, postaram no Facebook.
?É legítimo atacar vidraças?
?Temos a compreensão da legitimidade de atacar uma simples vidraça, quando o Estado e os poderosos atacam humanos (pra lei é assim, não podemos quebrar vidros, mas eles podem quebrar pessoas) (...) A quem sabe reconhecer que vivemos sim, numa luta cotidiana, numa guerra, e os que acham que manifestações são simples passeatas, é melhor ficarem em casa mesmo. À Radicalização! Abaixo o ?moralismo pacifista??.
Trecho extraído da página do movimento Unidade Vermelha no facebook
Ativistas estariam sendo pagos para depredar em BH
Assim como ocorreu nos protestos do ano passado, manifestantes estariam sendo pagos para participar do quebra-quebra do dia 12 de junho em Belo Horizonte, segundo uma fonte ligada às autoridades que acompanha de perto os protestos. ?Uma entidade sindical carioca estaria pagando essas pessoas?, afirmou a fonte.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Durval Ângelo (PT), cobra da polícia e do Ministério Público (MP) a apuração da denúncia.
?No ano passado, em pelo menos três audiências da comissão, esse fato foi relatado. Pessoas estariam recebendo R$ 50 de entidades sindicais para cometer atos de vandalismo em Belo Horizonte?. Segundo ele, porém, a investigação não foi levada adiante.