'Polícia vai entrar onde quiser', diz novo secretário de Segurança de SP

O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, anunciado ontem pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) como novo secretário de Segurança Pública de São Paulo, afirmou que pretende concentrar seus esforços no combate à violência doméstica, à pedofilia e ao roubo de celulares. Em entrevista ao UOL neste domingo, ele destacou que sua gestão manterá uma atuação firme e direta nas ruas.

Segundo Nico, sua experiência operacional seguirá guiando as ações da pasta. Ele afirmou que a polícia continuará atuando de forma incisiva. “A polícia vai seguir entrando onde for preciso para prender criminosos, combater o tráfico e buscar o endurecimento das penas. Sou operacional, meu olhar é na rua”, disse.

O delegado, conhecido como Doutor Nico, assume oficialmente o comando da Segurança Pública na segunda-feira (1º). Ele afirmou que pretende permanecer próximo do trabalho dos policiais, acompanhando operações e rotinas da tropa. “Os policiais gostam do delegado que vive as ocorrências com eles, que entende as dificuldades do dia a dia. É assim que pretendo continuar trabalhando. Minha disposição é de domingo a domingo”, declarou.

Nico também reforçou que não tem ambições políticas. Para ele, sua trajetória seguirá exclusivamente na área policial. “Meu foco é a polícia. Já recebi convites para partidos, mas nunca me filiei. Não tenho pretensões eleitorais. Quero continuar contribuindo com a corporação”, afirmou.

Ele ocupava o posto de secretário-executivo e era o número dois da pasta. Agora, substitui Guilherme Derrite (PP-SP), que deixou o cargo para reassumir o mandato de deputado federal e seguir como relator do PL Antifacção. Sobre o projeto, Nico avaliou: “É um relatório construído pela vivência prática, por quem sabe o que funciona no combate às facções.”

O novo secretário também destacou que pretende seguir ampliando estratégias de “asfixia financeira” do crime organizado, citando como exemplo as ações na Cracolândia, que resultaram no fechamento de mais de 80 hotéis que davam suporte a práticas ilegais. “Estamos trabalhando para sufocar financeiramente essas organizações. Em São Paulo, não existe espaço onde bandido se estabeleça ou local onde a polícia não entre”, afirmou.