Polícia realizou nova perícia em casa onde zelador esquartejado foi achado

Polícia afirma que primeira perícia abriu outros precedentes. Indícios comprovam que Ieda Cristina pode ser considerada coautora.

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A Polícia Civil realizou uma nova perícia na casa onde o corpo esquartejado do zelador Jezi Lopes de Sousa, de 63 anos, foi encontrado, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, no fim da tarde desta segunda-feira (14). Um laudo do Instituto de Criminalística (IC) mostra que vestígios de sangue encontrados na fechadura da porta de entrada do apartamento do casal Eduardo Martins e Ieda Cristina Martins, e de uma parede do prédio, são do zelador.

O exame também concluiu que o material encontrado nas botas de Ieda Cristina Martins não é sangue da vítima. Além disso, o exame não identifica presença de sangue humano no carro do casal.

Para a polícia, o primeiro trabalho abriu outros precedentes. Por conta disso, houve a necessidade de se realizar uma nova perícia. Ainda segundo a polícia, apesar de não ter sido encontrado sangue na bota de Ieda, outros indícios comprovam que ela pode ser considerada coautora do crime. Um desses indícios é a presença de Ieda no apartamento, enquanto o corpo do zelador estava lá.

O caso

Jezi Lopes de Souza desapareceu no dia 30 de maio, após ter sido flagrado pela última vez por uma câmera de segurança do elevador do prédio onde trabalhava, na Casa Verde, Zona Norte da capital paulista. Eduardo afirmou que Lopes morreu acidentalmente durante uma briga, mas admitiu que tentou se livrar do corpo do homem, que foi esquartejado e teve partes queimadas. O publicitário disse que agiu sozinho.

Ieda Cristina também é investigada no caso e foi presa por ter supostamente participado do assassinato do ex-marido em 2005. Ela nega ter participado dos dois crimes.

A polícia investiga se uma arma encontrada em Praia Grande, no litoral de São Paulo, onde Eduardo Martins foi preso em flagrante tentando se livrar do corpo do zelador, foi usada para dar uma coronhada em Jezi.

Filho acusa a mãe

O filho de Ieda com o empresário, José Jair Farias Júnior, afirma que a mãe mente. ?Ela arrancou ele [o empresário, que é seu pai] de mim. Eu não pude aproveitar ele. Ele morreu, porque ela matou ele.? O jovem de 18 anos vive no Rio de janeiro e, desde a morte do pai, em 2005, mora com a avó materna, que não mantém contato com a filha Ieda. ?Ela nunca foi uma pessoa boa nem comigo nem com a família. A convivência dela com o meu pai sempre foi briga por dinheiro, discussões.?

Depois da entrevista de Júnior, o Fantástico procurou, neste fim de semana, a defesa de Ieda para saber quais as respostas às acusações feitas pelo filho. O advogado Jefferson Ferreira de Mattos disse que Júnior está sendo sobrecarregado com as informações de que a mãe talvez teria participado do homicídio do pai.

Questionado sobre a acusação de agressão contra o filho, o advogado negou. ?Ela é uma mãe carinhosa. Tudo isso, na verdade, é negado pela Ieda, que fala que jamais teria pegado qualquer dinheiro dele.?

Durante a entrevista na cadeia, Ieda pediu para mandar uma mensagem: ?Eu gostaria também de pedir perdão à família do zelador, porque eu sei, posso sentir a dor deles. Perdoar aquilo que o meu marido fez e cometeu. Assim como as minhas enteadas, a Tatiane, a Fabiane, a Liliane, o meu filho Júnior.?

O jovem comentou o pedido de desculpas da mãe. ?Ela já pediu perdão para família muitas e muitas vezes. Ajoelhava, chorava, era sempre dissimulada. Eu nunca perdoaria ela.? Na quinta-feira (17), Ieda será levada para o Rio de Janeiro para uma acareação. A polícia vai colocá-la frente a frente com a mãe e o irmão dela para tentar esclarecer o crime.

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