Polícia rastreia telefonemas de ex-amante de Bruno e faz buscas no sítio do goleiro

Polícia rastreia telefonemas de ex-amante de Bruno e faz buscas no sítio do goleiro

Goleiro Bruno está sendo investigado. | Divulgação
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Investigadores da Delegacia de Homicídios (DH) de Contagem, em Minas Gerais, seguem os rastros eletrônicos deixados por Eliza da Silva Samudio, 25 anos, para remontar os últimos passos da ex-amante do goleiro Bruno, que desapareceu há três semanas, depois de uma visita ao sítio do jogador em Esmeraldas, perto de Belo Horizonte. Ontem à tarde, começaram as buscas ao corpo da jovem no Condomínio Turmalina, onde fica a propriedade. Até o fim da noite, nenhuma pista havia sido encontrada. O jogador, que foi afastado do elenco do Flamengo, será intimado a prestar depoimento.

A polícia está rastreando as últimas ligações telefônicas feitas e recebidas por Eliza nas primeiras semanas de junho. Os agentes já sabem que a jovem esteve em Minas no período, ao contrário do que o jogador disse, por meio de sua assessoria. Ela passou pelo município de Betim no dia 9.

Mais de 60 policiais, peritos e bombeiros participaram das buscas no sítio, que se encerraram ontem. Equipes examinaram imóvel do atleta, onde acharam uma passagem aérea e fraldas. Houve diversas escavações. Durante boa parte do tempo, as buscas se concentraram perto de um poço artesiano. Peritos utilizaram luminol (substância química) para tentar encontrar vestígios de sangue. Na madrugada de ontem, policiais fizeram buscas na área externa do condomínio, mas nada foi achado.

Agentes também examinaram imagens das câmeras do circuito interno do condomínio, mas o sistema de segurança foi instalado há pouco tempo e não está programado para gravar diariamente.

Um dos mistérios que a polícia tenta desvendar é o período em que Bruno esteve no sítio este mês e quando foi sua última visita ao local ? as investigações indicam que ele esteve lá entre os dias 6 e 10. Mas no dia 20, segundo um porteiro do condomínio, ele teria chegado com uma Range Rover verde, acompanhado de um homem identificado apenas como Luiz Henrique, o Macarrão, amigo de infância e também suspeito do desaparecimento, que dirigia um New Beetle amarelo. No dia 8, próximo ao sítio, o jipe do goleiro foi apreendido pela PM por falta de licenciamento. Ainda segundo as investigações, na véspera de seguir para Minas, Macarrão foi buscar Eliza no Hotel Transamérica, na Barra da Tijuca.

A polícia também apura o telefonema de um suposto advogado, que se identificava como Campelo e dizia representar o goleiro. Na madrugada de sábado, enquanto a mulher de Bruno, Dayanne de Souza, prestava depoimento, o homem afirmava que o casal sabia do paradeiro do filho de Eliza.

Ontem, em entrevista coletiva, o diretor do Departamento de Homicídios de Minas Gerais, Edson Moreira, evitou dizer que a jovem estaria morta, mas admitiu que é praticamente impossível que o caso tenha outro desfecho.

?Diversas pessoas garantiram que ela jamais abandonaria a criança. Há também o processo que existe no Rio para reconhecimento de paternidade, que ele se recusava a reconhecer. Sabemos que ele a atraiu para Minas Gerais também. Enfim, estamos investigando todas as vertentes, mas só vamos falar que está morta quando encontrarmos o corpo?.

A delegada Alessandra Wilke, da DH, preferiu não revelar quando chamará Bruno para depor. ?Ele será ouvido aqui, mas ainda não é o momento. Precisamos de mais elementos para intimá-lo?, afirmou ela, que recomendou que o goleiro não saia do Rio de Janeiro antes de ser intimado. ?Para ele, não seria interessante viajar ou sair do Rio porque, neste momento, precisa esclarecer o que aconteceu?.

O desaparecimento de Eliza foi revelado por O DIA no sábado. O jornal contou que as polícias de Minas e do Rio tentavam localizar a jovem e seu filho. No dia seguinte, a prisão da mulher de Bruno foi noticiada com exclusividade. Foi pela reportagem de O DIA que o pai de Eliza soube do sumiço.

Testemunha confirma ameaças de morte

Considerada testemunha-chave pela polícia, T., amiga de Eliza, prestou depoimento ontem, em Santos. E reafirmou que Eliza recebia ameaças de morte do goleiro Bruno. Em uma das vezes em que ele ligou dizendo que iria matá-la, a ex-amante estava hospedada na casa de T., localizada por O DIA domingo, antes de depor na polícia.

A amiga relatou à polícia que Eliza mudava de endereço constantemente pois sentia medo do atleta. Após uma das ameaças, ela avisou à advogada Anne Facó, que aconselhou-a a não fazer o registro de ocorrência para que o acordo sobre o reconhecimento de paternidade ocorresse de maneira amigável.

T. acusa Bruno de ter sumido com o telefone de Eliza. A última vez em que ela falou com a amiga foi por um aparelho emprestado de um homem. No mesmo dia, essa pessoa ligou para T. duas vezes, com o objetivo de descobrir com quem Eliza conversara. A amiga desaparecida disse que seu Nextel havia sumido de cima da mesa.

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