A Polícia Civil de Santa Catarina prendeu na manhã desta terça-feira o líder do tráfico no morro do Horácio, em Florianópolis, suspeito de envolvimento nos atentados que ocorrem no Estado desde o dia 30 de janeiro. Maykon Aurélio Saturnino, conhecido como ?Maycon do Horácio?, 29 anos, foi capturado por agentes da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), com apoio da 8ª Delegacia da Capital e da Coordenadoria de Operações Policiais Especiais (Cope).
Segundo a polícia, Maykon é cunhado de Rodrigo de Oliveira, conhecido como Rodrigo da Pedra, influente traficante catarinense e um dos líderes de uma facção criminosa. Logo após a prisão de Rodrigo da Pedra, ele assumiu o comércio de drogas no Horácio.
Maycon estava com mandado de prisão em aberto e teria ordenado ataques a ônibus e a bases da segurança pública na capital. As ordens teriam partido dos presos de São Pedro de Alcântara, que assim como Maycon, integram a mesma facção criminosa. No momento em que foi preso, ele estava em uma cobertura de classe média alta no bairro João Paulo.
A ação por volta das 17h de ontem. Os policiais isolaram a área e aguardaram o dia amanhecer para dar cumprimento ao mandado. Por volta das 4h, o líder do tráfico decidiu se entregar. Na casa foram encontradas munições de calibre 9 mm e um frasco de lança-perfume.
A mãe a uma irmã de Maycon haviam sido presos pela Deic no último sábado. O cunhado dele, Rodrigo da Pedra, foi transferido para um presídio federal para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).
Total de prisões
Com esta prisão e as outras operações, a polícia contabiliza 149 pessoas identificadas e presas pelos ataques a ônibus, veículos e bases da segurança pública no Estado na nova onda de violência.
Ataques
A agência de inteligência da Polícia Militar (PM) analisa se as cinco ocorrências de princípios de incêndio em automóveis particulares na madrugada de hoje em Santa Catarina têm relação com os atentados. Os casos foram registrados em São Francisco do Sul, Tubarão, Joinville, Chapecó e Canoinhas. Segundo a PM, até o momento foram registrados 111 atentados em 36 municípios.
O Ministério da Justiça disponibilizou 350 soldados da Força Nacional para ajudar no combate ao crime em SC. Eles atuam em conjunto com a Polícia Militar e podem agir nas ruas, nos presídios ou nas operações de transferência de presos que teriam ordenado os ataques no Estado. A suspeita é que os atentados sejam uma represália a maus-tratos dentro das prisões.