Nesta segunda-feira (21), um homem foi morto pela Polícia Militar no morro Santa Maria, localizado em Santos. Esta morte marca o vigésimo caso de óbito causado pela PM na Baixada Santista durante um intervalo de 25 dias, a contar desde 28 de julho. Nessa data, um soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), a unidade de elite da PM paulista, foi morto durante uma patrulha na Vila Zilda, no Guarujá, município vizinho a Santos.
Uma operação intitulada Escudo foi lançada para capturar os responsáveis pela morte do policial, que ocorreu no período entre 28 de julho e 2 de agosto. Vale ressatalra que na última terça-feira (15), duas pessoas foram mortas pela PM no Guarujá, e na sexta-feira (18), um homem de 37 anos foi morto em um confronto armado com a polícia no bairro Perequê, também no Guarujá.
Por volta do meio-dia desta segunda-feira, policiais afirmam que foram alvo de disparos de tiros enquanto realizavam patrulhamento no morro Santa Maria. Durante sua passagem pela rua Sete, foram atacados por vários disparos e revidaram para não morrerem. Um jovem de 19 anos foi atingido por um tiro e levado ao Pronto-Socorro da Santa Casa de Santos, mas chegou sem vida à unidade de saúde.
Até o momento, o nome dessa vítima ainda não havia sido divulgado. Em sua posse, foram encontradas uma pistola e porções de cocaína e maconha, de acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública. Enquanto isso, por volta das 14h, moradores do morro Santa Maria iniciaram um protesto contra a morte do rapaz, acusando as forças de segurança de demora no atendimento da vítima. A revolta de moradores foi geral.
A Operação Escudo foi iniciada pela PM no litoral paulista após a morte do soldado Patrick Bastos Reis, em 27 de julho, no Guarujá. Durante essa operação, além das 20 vítimas fatais, pelo menos 513 pessoas foram detidas e houve a apreensão de 880 quilos de drogas e 70 armas. Segundo as autoridades, essa operação representa o maior número de mortes causadas pela Polícia Militar paulista desde o massacre do Carandiru, em 1992, quando uma rebelião na prisão resultou na morte de 111 detentos.