A Polícia Civil de São Paulo investiga a possibilidade de que o delator do PCC (Primeiro Comando da Capital), Vinicius Lopes Gritzbach, tenha sido monitorado durante seu voo de Maceió para o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, antes de ser executado na sexta-feira (8). A execução, que ocorreu no Terminal 2 do aeroporto, segue gerando grandes repercussões, e as autoridades trabalham para identificar os responsáveis.
A força-tarefa responsável pela investigação está analisando a lista de passageiros do voo que trouxe Gritzbach de Maceió para São Paulo, com base em informações de inteligência de que o PCC estaria monitorando os movimentos do delator. Existe uma forte suspeita de que um "olheiro" do PCC estivesse a bordo do voo, vigiando os passos de Gritzbach, para garantir que ele chegasse em segurança a Guarulhos e para identificar o momento exato de sua execução.
Os investigadores acreditam que a emboscada tenha sido meticulosamente planejada. A execução aconteceu por volta das 16h, quando dois homens mascarados desceram de um carro preto e dispararam 10 tiros contra o delator. No momento do crime, Gritzbach estava com mais de R$ 1 milhão em joias e objetos de valor em sua bagagem.
ANÁLISE DE INFORMAÇÕES DE INTELIGÊNCIA
A Polícia Civil paulista solicitou o apoio da polícia alagoana para refazer os passos de Gritzbach em Maceió. As investigações incluem o rastreamento de locais visitados pelo delator, além da análise de imagens de câmeras de segurança, vídeos de trânsito e imagens de hotéis. O objetivo é entender o percurso feito por Gritzbach e identificar qualquer possível envolvimento da facção criminosa.
ACORDO DE DELAÇÃO
Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos, foi uma peça-chave para delatar as ações do PCC e de policiais corruptos. Em março de 2024, ele havia fechado um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo, no qual forneceu informações que levaram à prisão de dois policiais civis envolvidos com o tráfico de drogas. Além disso, ele acusou um delegado do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) de exigir dinheiro para encobrir um homicídio cometido pela facção criminosa.
Gritzbach também havia feito denúncias de envolvimento de policiais militares em esquemas de segurança para membros do PCC. O assassinato de Gritzbach no aeroporto é considerado uma retaliação da facção criminosa, que possivelmente agiu em represália à delação.
VERSÃO DOS SEGURANÇAS É QUESTIONADA
Antes da execução, Gritzbach havia contratado quatro policiais militares para atuarem como seus seguranças particulares. No entanto, segundo depoimentos dos seguranças, um dos carros que deveria buscá-lo no aeroporto teve um problema mecânico, enquanto outro teve que retornar para um posto de combustível. A versão apresentada pelos seguranças está sendo investigada, e há suspeitas de que a falha de segurança tenha sido proposital.
INVESTIGAÇÃO
Nesta terça-feira (12), oito policiais militares foram afastados das suas funções, sendo investigados por possível envolvimento na execução de Gritzbach. Além disso, a Polícia Federal abriu inquérito para apurar a atuação das forças de segurança no caso e identificar se houve falha na proteção do delator. Até o momento, ninguém foi preso.
Com informações do g1