A direção do sistema penitenciário do Amazonas solicitou a instauração de inquérito policial pela Delegacia Especializada em Proteção a Criança e ao Adolescente (Depca) para investigar a denúncia de uma rede de prostituição de adolescentes dentro de presídios. Segundo a denúncia, as meninas são levadas como visitantes de presos, com quem mantêm relações sexuais durante visitas íntimas.
A situação foi descoberta com a morte do detento Emanuel Alfaia Pinheiro, o ?Sargento?, 32, ocorrida no domingo à noite, durante uma visita íntima nas dependências do regime fechado do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no km 8, da BR-174 (Manaus - Boa Vista). Segundo levantamento feito pela direção do sistema penitenciário, Sargento morreu no momento que mantinha relações sexuais com uma adolescente de 17 anos, levada pela própria mãe para se prostituir.
Nesta segunda-feira (24), o secretário executivo da Secretaria de Justiça e de Direitos Humanos, Louismar Bonates, confirmou a denúncia e disse que já tomou medidas para evitar que a prática continue.
Segundo Bonates, ontem pela manhã, o secretário executivo adjunto da Sejus, José Bernardo Encarnação, esteve no Compaj levantando informações sobre a morte de Sargento e comprovou que a adolescente que estava com o preso entrou na companhia da mãe, que é companheira de outro interno, identificado como Josué Ribeiro de Souza.
Explorada
Informações ainda não confirmadas dão conta de que a mãe ?vendia? a filha para os colegas do companheiro. Por conta da suspeita, a direção do sistema penitenciário decidiu encaminhar o caso para a Depca para que seja instaurado inquérito policial. ?Só a polícia vai dizer se a mãe prostituía a filha ou não?, disse Bonates.
O secretário executivo disse que, ainda por conta da denúncia de prostituição infanto-juvenil no presídio, ele determinou que as visitas de adolescentes fossem suspensas até que seja feito novo cadastro onde apenas pessoas com vínculo familiar direto, como filhas, visitem os presos. ?Nosso objetivo é impedir que adolescentes sejam prostituídas dentro dos presídios?, acrescentou o secretário.