A pedido do Ministério Público, a polícia de Minas Gerais investiga a participação de mais um policial na morte da modelo Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno de Souza, revelou o jornal ?Estado de Minas? nesta quarta-feira. Segundo a publicação, o novo suspeito é o agente Gilson Costa, corréu no processo do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, sobre o desaparecimento e morte de duas pessoas em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte, há cinco anos. Segundo o MP, Gilson e Bula trabalharam juntos no extinto Grupamento de Respostas Especiais (GRE) e teriam mantido contato por telefone frequentemente no período em que Eliza esteve Minas, inclusive no dia da morte dela.
De acordo com o documento assassinado pelo promotor Henry Wagner Vasconcelos, ao qual o ?Estado de Minas? teve acesso, Bola teria estado em Santos, no litoral de São Paulo, dois meses antes da do desaparecimento de Eliza. Ele estaria vigiando a modelo. Outro policial investigado no caso é José Lauriano de Assis Filho, o Zezé. O pedido de quebra dos sigilos telefônico e bancário de Bola, Gilson e Zezé, entre abril e julho de 2010, foi enviado à juíza do Tribunal do Júri de Contagem, Marixa Fabiane Lopes Rodrigues.
Há uma solicitação, também, de complemento das investigações para confirmar se Gilson participou ou não do crime.
Ainda segundo o ?Estado de Minas?, o delegado Wagner Pinto, do Departamento Investigação de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) de Belo Horizonte, confirmou que novas investigações estão em curso e os suspeitos não foram ouvidos ainda. Ele disse que Bola, Zezé e Gilson - investigado ainda pela Corregedoria da Polícia Civil - conversaram na época do desaparecimento de Eliza.
A reviravolta na investigação acontece às vésperas do julgamento de Bruno, marcado para o próximo dia 4.
Corpos nunca encontrados
As mortes de que Bola e Gilson Costa foram acusados ocorreram em 2008, revelou o ?Estado de Minas?. Marildo Dias de Moura e Paulo César Fernandes teriam sido torturados e mortos no centro de treinamento do GRE. Os corpos de ambos nunca foram encontrados. A advogada de Gilson, Rita Virgínia das Graças Andrade, conversou com o jornal mineiro e informou que o processo da comarca de Esmeraldas ainda está na fase de depoimentos. Ela garantiu que seu cliente é inocente porque estava em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, na época desse crime. Segundo a advogada, Gilson e Bola só mantiveram relacionamento profissional e não são amigos.