Uma denúncia de execução de animais no hospital veterinário está sendo investigada pela polícia gaúcha. Gravações feitas em 2008 mostram funcionários participando dos crimes contra cães e gatos na unidade, que fica na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas, na Região Metropolitana, como noticiou o "Jornal Nacional" desta segunda-feira.
O autor do vídeo, um ex-empregado do hospital, confirmou que participou dos crimes realizados com injeções letais e apontou a então vice-diretora do hospital veterinário Carla Koeche como mandante, mas ela nega. O ex-funcionário teria sido orientado por Carla para verificar se os cães realmente haviam morrido.
?Professora, eu peguei o Faísca. Ninguém viu?, diz o funcionário. ?Só certifica que ele tenha morrido bem, porque esse cachorro é tão ?ativado? que de repente precisa... Quanto tu vais dar de T61??, questiona a professora. ?Dois milímetros. É suficiente, né? Vou fazer fazer do jeito que a senhora falou aquele dia, na caixa torácica. Daí é mais fácil, né??, pergunta. Depois do telefonema, Faísca recebe a injeção letal.
A polícia também indiciou Norma Rodrigues, então diretora do curso de veterinária, Carlos Petrucci, ex-professor da faculdade, e Eneias Winck, ex-funcionário da limpeza. Todos devem responder por formação de quadrilha. Como o caso aconteceu em 2008, eles não podem ser julgados por maus tratos, já que o crime prescreveu.
A polícia não sabe esclarecer a motivação dos atos, já que os cães estariam todos saudáveis e alguns seriam filhotes. A delegada Sabrina Deffenti acredita que as execuções teriam ocorrido porque o número de animais na instituição era grande e fazia muito barulho.
A Ulbra informou que denunciou os crimes ao Ministério Público e ao Conselho de Veterinária ao saber do caso.