A Polícia Civil de Minas Gerais está investigando o assassinato de um ambientalista carioca que vivia em uma casa no alto de uma montanha, que fica localizada no munícpio de Passa Vinte, em Minas Gerais. O corpo de Felipe Perez, de 47 anos, foi encontrado no dia 17 de novembro com marcas de tiros pelo corpo dentro do carro que ele dirigiu por pelo menos 15 minutos em busca de socorro.
Apesar dos ferimentos, a polícia concluiu que ele conseguiu retornar à sua residência, recuperar uma arma, recarregar munição, entrar no veículo e dirigir por 15 minutos descendo a estrada até alcançar o vizinho mais próximo. De acordo com a investigação, o propósito era buscar sinal de internet para realizar uma chamada via aplicativo para a ex-mulher. No entanto, Felipe não conseguiu concluir a ligação.
O delegado titular da 28ª DP (Aiuruoca), responsável pela investigação, detalhou que ele foi alvejado em uma área próxima da casa em que vivia. E ainda de acordo com a autoridade, Felipe faleceu com o carro ainda ligado e com a arma do lado. "Ele morava em uma montanha, numa região chamada Terras Altas. Era uma casa simples, em uma área fechada de mato. Ele foi alvejado com cinco tiros, isso próximo à casa dele. Um pegou na mão, outro no antebraço direito e três tiros na região do peito, ele veio a falecer com o carro ligado, a luz interna do carro ligado e essa arma do lado dele", contou o delegado.
Brigas com moradores
Felipe, defensor da vida selvagem, possuía em sua propriedade vários cavalos e, no mínimo, 18 cachorros. Há registros de desentendimentos anteriores com moradores de propriedades vizinhas, motivados por diversas razões, mas a polícia ainda não identificou suspeitos e mantém diversas linhas de investigação, as quais optaram por não divulgar.
O advogado da família, Alexandre Dumans, confirmou que Felipe foi encontrado com uma arma em seu colo. Ele acredita que os depoimentos dos vizinhos podem ser fundamentais para esclarecer o crime.
"Acredito que em breve a polícia começará as oitivas das testemunhas. Também deverão ser ouvidos os vizinhos e outros tantos que contra ele litigavam por questões diversas", disse. "Embora existam dificuldades para apuração da autoria, acredito que um bom trabalho investigatório, com inquirições de testemunhas, poderá chegar ao autor do fato."