O skinhead Guilherme Losano Oliveira foi indiciado ontem (19) pela morte do punk Johni Raoni Falcão Galanciak, 25, durante uma briga de gangues em São Paulo no último dia 3. O jovem já estava preso há cerca de dez dias.
Conhecido como Guilherme Treze, Oliveira é um ex-punk e, segundo investigadores, já foi amigo da vítima, esfaqueada em Pinheiros (zona oeste), antes do show da banda de punk inglesa Cock Sparrer. Um outro rapaz, de 21 anos, também foi agredido na ocasião, e ficou internado por 13 dias.
De acordo com a polícia, Oliveira integra atualmente o grupo de skinheads neonazistas Kombat RAC. Nos documentos da Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), além das fotos de Oliveira, outros membros do grupo aparecem vestindo coletes da Polícia Militar e empunhando armas de fogo.
CRIME
A briga ocorreu perto do Carioca Club, na rua Cardeal Arcoverde, onde foi realizado o show da banda de punk inglesa Cock Sparrer.
Gangues de skinheads neonazistas estavam na porta da boate. Descendo a mesma rua em direção ao local, vinha outra facção de gangues skinheads contrárias ao neonazismo.
Quando as gangues se encontraram, deram início a um grande confronto com direito a tiros, facadas e explosões de coquetéis molotov. Cerca de 400 pessoas estavam na frente da boate no momento da briga. Segundo testemunhas, carros estacionados foram depredados. Spray de pimenta foi usado para conter o tumulto.
Na ocasião, oito pessoas foram detidas para averiguação e encaminhadas para o 14º DP (Pinheiros), mas ninguém foi preso. Os detidos negaram participação na briga e foram liberados. Com eles, a polícia apreendeu três facas, um skate e seis bolinhas de gude.
Fábio dos Santos e Johni Raoni Falcão Galanciak foram levados para o HC (Hospital das Clínicas) em estado grave. Galanciak não resistiu aos ferimentos.
Ele já tinha passagem pela polícia. Em 2006, ele tentou jogar ovos no então governador José Serra (PSDB) e no prefeito Gilberto Kassab (PSD) --acabou detido. Em 2007, ele foi detido após um protesto violento na avenida Paulista.
Também em 2007, ele foi acusado, junto com mais oito pessoas, de espancar o skinhead Guilherme Witiuk de Carvalho, que sofreu lesões na cabeça e fraturas na face. A Justiça o absolveu das acusações depois.
Witiuk foi condenado a dois anos de prisão pela explosão de uma bomba caseira na Parada Gay de 2009. Conhecido como Chuck, ele é líder da gangue Impacto Hooligan, que participou da briga, e responde por tentativa de homicídio, suspeito de agredir quatro pessoas em julho deste ano.