A Polícia Federal combateu nesta semana, uma organização criminosa suspeita de fraudes envolvendo criptomoedas no Brasil e exterior. Somente no Brasil, a fraude pode chegar a R$ 4 bilhões. A operação Poyas busca mais provas para ajudar nas investigações que apuram a prática de crimes contra economia, sistema financeiro nacional, estelionato e lavagem transnacional de dinheiro e organização criminosa.
A PF cumpre vinte mandados de busca e apreensão, sequestro de imóveis e bloqueio de dinheiro dos envolvidos por determinação da Justiça Federal cujos mandados estão sendo cumpridos nas cidades de Curitiba, São José dos Pinhais, no Paraná; Governador Celso Ramos, em Santa Catarina; Barueri e São José do Rio Preto, no estado São Paulo; e Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
O dinheiro obtido pela organização era usado para compra de imóveis de alto valor, carros de luxo, embarcações, reformas, roupas de grife, jóias e viagens. A PF apreendeu até o momento vários carros de luxo, barras de ouro, dinheiro, relógios, vários tênis, vinhos raros e até uma réplica da arca da aliança.
INÍCIO DA OPERAÇÃO
As investigações no Brasil e no exterior começaram em março deste ano após o repasse de informações, o pedido de cooperação da Interpol e a solicitação de cooperação policial internacional da Homeland Security Investigations (HSI), do Department of Homeland Security da embaixada dos Estados Unidos, em Brasília. A investigação apontou que a quadrilha aplicava os golpes no Brasil e no exterior desde 2016.
A agência norte-americana comunicou à PF, que o principal gerenciador é um brasileiro que mora Curitiba. Ele estava sendo investigado por um esquema de pirâmide financeira com comercialização de criptomoedas. O empresário iludiu milhares de pessoas que acreditaram no serviço prometido.
O investigado dizia que tinha grande experiência no mercado de tecnologia e criptoativos e informava aos clintes que tinha uma grande equipe de traders que realizavam operações com criptomoedas alugadas e, dessa forma, eles teriam lucro para suportar o pagamento dos rendimentos.
REDE CRIMINOSA
A PF descobriu que o empresário montou uma rede criminosa com vários familiares que trabalhavam em suas empresas e se apropriava de vários valores investidos pelos clientes, tanto em reais como em criptomoedas. Os criminosos tinham parceiros no exterior que realizavam fraudes iguais mas com o foco em marketing multinivel, nos Estados Unidos e em outros 10 países.
Eles criaram as próprias criptomoedas usadas para comercializar através das empresas, e anunciavam rendimentos absurdos. Mas, os criptoativos não tinham lastro e nem liquidez no mercado.