O alvo dos assassinos que promoveram uma chacina com sete mortos na sexta-feira, na zona sul de São Paulo, era o rapper Laércio Grimas, 33, o DJ Lah, do grupo Conexão do Morro.
Conforme as apurações da polícia, o músico era o foco porque teria dito no bairro, em tom de brincadeira, que foi ele quem filmou um assassinato cometido por cinco PMs em novembro.
Naquela ocasião, esses policiais foram filmados atirando em um suspeito que estava desarmado e rendido. As imagens foram divulgadas pela TV Globo.
Amigos e familiares de Lah, no entanto, dizem que não foi ele quem filmou a ação e que ele nunca disse que teria gravado o crime cometido pelos policiais.
"A denúncia que ele fazia era por meio do rap. Ele tem família, sabe que quem filmar uma ação dessas pode morrer", disse David Sobreira, 36, o Cachorrão, outro rapper do Conexão do Morro.
Até a noite de ontem, nenhum suspeito tinha sido preso. Uma das linhas de investigação é de que os atiradores tenham ligação com policiais militares.
Na noite do crime, ao menos 14 homens armados chegaram a um bar no Jardim Rosana, na região do Campo Limpo, e dispararam mais de 50 tiros contra os clientes. Nove foram baleados e sete morreram.
O irmão de uma vítima que sobreviveu ao ataque disse à Folha que dois atiradores entraram no bar e desistiram de matá-lo. "Um dos assassinos disse: tá bom, já matamos demais", afirmou o rapaz sob a condição de anonimato.
Ontem, se estivesse vivo, o DJ Lah iria inaugurar sua lanchonete. "Estava empolgado com a ideia. Só ia vender açaí, não queria vender bebida alcoólica", afirmou o rapper Cachorrão.