O goleiro Bruno, do Flamengo, é considerado foragido pela Polícia Civil de Minas Gerais, segundo o delegado Edson Moreira, um dos responsáveis pelas investigações do desaparecimento de Eliza Samudio. A declaração foi dada na manhã desta quarta-feira (7), em entrevista no Departamento de Investigações de Belo Horizonte.
Moreira disse que a Justiça mineira expediu pelo menos três mandados de prisão temporária referentes ao caso. A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais confirmou que, no total, foi decretada a prisão temporária de sete pessoas e um mandado de internação provisória do adolescente que prestou depoimento no Rio de Janeiro, na terça-feira (6). Cinco mandados já teriam sido cumpridos.
Além do goleiro, estariam nesse grupo a mulher dele, Dayane Souza, e um amigo do casal, Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão. Dayane foi presa na casa dela, em Belo Horizonte. Macarrão também é considerado foragido. O delegado afirmou que as prisões foram pedidas para evitar que provas sumissem e isso atrapalhasse a investigação.
A Justiça do Rio também emitiu mandados de prisão contra Bruno e Macarrão. A polícia esteve na casa do atleta do time rubro-negro, mas ninguém foi localizado.
Um dos advogados de Bruno foi ao fórum, no Rio, para pegar a cópia do pedido de prisão. Michel Assef Filho informou que não sabe onde seu cliente está. Ele disse ainda que deve analisar o decreto e pode entrar com pedido de habeas corpus.
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Eliza teve um relacionamento com o goleiro no ano passado e tentava provar, na Justiça, que teve um filho do jogador. O último contato dela com amigos e familiares foi feito no início de junho.
Depoimento do no Rio
Os pedidos de prisão foram feitos depois do depoimento de um menor, que foi encontrado na casa de Bruno, no Rio de Janeiro. De acordo com um inspetor da Divisão de Homicídios, o adolescente confirmou que a jovem está morta. Ele, no entanto, não teria dito como isso aconteceu.
No mesmo depoimento, o menor teria dito que participou do sequestro de Eliza. Segundo a polícia, o menor disse que entrou em um carro, com Macarrão, e acabou agredindo Eliza com uma coronhada na cabeça. A arma usada na agressão seria uma pistola e pertenceria a Macarrão. Os dois teriam levado a jovem para Minas Gerais.
O advogado de Macarrão, Ércio Quaresma Firpe, negou envolvimento do cliente. "A coronhada de [pistola] 380 produziria uma lesão de cinco, seis centímetros. Eles vão do Rio para Belo Horizonte, andam centenas de quilômetros e passam por pelo menos seis postos da Polícia Rodoviária Federal, com a moça sangrando?", disse ao G1. Além disso, Firpe afirmou que seu cliente não tem arma.
Entenda o caso
De acordo com a polícia, o sumiço de Eliza Samudio começou a ser investigado depois de denúncias de que ela havia sido agredida no sítio que pertence ao jogador Bruno, em Esmeraldas (MG).
Em 28 de junho, a polícia vasculhou o sítio do goleiro Bruno, por mais de nove horas. Policiais e peritos fizeram escavações e vistoriaram o sótão, onde encontraram roupas de mulher, objetos de criança, fraldas e passagens aéreas. Um poço também foi vasculhado. A polícia já ouviu funcionários do sítio de Bruno e amigas de Eliza.
Em 5 de julho, a polícia recebeu denúncia de que o corpo da jovem foi jogada em uma lagoa, em Ribeirão das Neves (MG). Bombeiros realizaram buscas, mas nada foi encontrado.
O Flamengo anunciou que o goleiro permanece afastado do time durante as investigações. Em 1º de julho, ele disse que estava "muito chateado" com o sumiço de Eliza. O atleta ainda não foi chamado para depor.