A Polícia Civil quer ouvir todas as pessoas que falaram por telefone com Elize Matsunaga na semana em que o marido dela, o executivo da Yoki Marcos Matsunaga, estava desaparecido. De acordo com o advogado da família de Marcos, Luiz Flávio Borges D?Urso, todos estão sendo identificados.
Segundo D"Urso, mesmo após o inquérito ter sido concluído, as investigações no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) prosseguem. Elize está presa desde 5 de junho por ter matado e esquartejado o marido.
? A polícia está chamando um a um para ver quem é, e que relação têm com ela [a acusada].
A defesa de Elize chegou a entrar com uma petição, solicitando a anulação das provas colhidas após a conclusão do inquérito policial. O pedido foi negado pela juíza Lizandra Maria Lapenna. Em sua decisão, a magistrada destacou que ?nos casos em que houver a necessidade de diligências complementares, tem-se entendido que o Ministério Público deverá oferecer a denúncia, caso haja elementos suficientes para tanto, retornando os autos à Delegacia de Polícia de origem para a continuidade das investigações.?
"Psicopatia"
O advogado tentou ainda excluir do processo o depoimento da psicóloga que atendia o casal Matsunaga. A profissional teria dito à polícia que Elize apresentava indícios de ?psicopatia, uma perversão e uma fantasia persecutória?.
O Ministério Público considerou a prova legal e a Justiça aceitou o entendimento do promotor José Carlos Cosenzo.
Motivação
Além de assassinar e de esquartejar o marido, com quem teve uma filha, Elize Matsunaga teria transportado os pedaços do corpo em malas e os jogou em diferentes pontos na região de Cotia, Grande São Paulo. Atualmente, a acusada está na Penitenciária Feminina de Tremembé, a mesma que abriga Anna Carolina Jatobá, condenada pela morte da menina Isabella Nardoni, e Suzane Von Richthofen, condenada por planejar o assassinato dos pais.
Na delegacia, Elize relatou que atirou em Marcos depois de uma discussão motivada por ciúme. A mulher havia descoberto, após contratar um detetive particular, que o marido mantinha um caso com uma garota de programa. A acusada alegou, ainda, ter sido agredida por Marcos durante a discussão.
Porém, para o Ministério Público, a motivação do crime foi financeira, e não passional. Na avaliação do promotor Cosenzo, Elize premeditou o assassinato e a ocultação do corpo do marido. Para Cosenzo, ficou claro que ela não queria perder o casamento e o status social que adquiriu com ele.
O promotor denunciou a acusada por ocultação de cadáver e homicídio doloso (quando há intenção de matar) triplamente qualificado, já que o crime teria sido praticado por motivo torpe, de forma cruel e sem dar chance de defesa ao empresário.