
A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando um caso envolvendo uma mãe que afirma ter sido informada de uma gestação gemelar, mas, ao dar à luz, recebeu apenas um bebê. O episódio ocorreu na sexta-feira, dia 28 de março, no Hospital Municipal Mariska Ribeiro, localizado em Bangu.
Kathelen Tavares, já mãe de gêmeas, descobriu que sua nova gestação também seria de gêmeos, após realizar diversos exames de pré-natal. Com laudos confirmando a presença de dois fetos, a jovem ficou surpresa ao dar à luz e ouvir apenas um bebê chorar, sendo informada de que não havia outro.
EXAMES MOSTRAM GESTAÇÃO GEMELAR
Nos registros do pré-natal, consta que Kathelen participou de dez consultas na Clínica da Família, onde os exames mostraram claramente a gestação de gêmeos. A ultrassonografia realizada em dezembro de 2024 indicava dois fetos com batimentos cardíacos distintos e até mesmo fêmures com diferentes comprimentos.
O último exame foi realizado no Hospital da Mulher Mariska Ribeiro na quarta-feira anterior ao parto. Novamente, os laudos apontavam dois batimentos cardíacos.
LEVADA SOZINHA À SALA DE PARTO
O parto, originalmente agendado para sábado (29), ocorreu antecipadamente após o rompimento da bolsa na sexta-feira. Por conta da urgência, a mãe foi levada ao hospital sozinha, sem a presença de nenhum familiar.
"Me botaram na sala de cirurgia, me mandaram separar duas roupas para dois bebês, tomei anestesia, fiquei deitada, escutei o choro de uma, botaram em cima de mim, eu falei que não aguentava e depois falaram que não tinha outro bebê, não me falaram mais nada”, conta a mãe.
Na documentação do hospital, consta a informação de uma gestação gemelar, e essa mesma informação foi registrada na declaração de nascido-vivo entregue à mãe. Diante da situação, a família registrou o caso na 34ª DP (Bangu), que agora investiga o ocorrido, solicitando documentos do hospital e imagens das câmeras de segurança. O diretor do hospital foi intimado para depor, e a mãe será novamente ouvida.
PREFEITURA DO RIO SE MANIFESTA
A Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio de nota oficial, afirmou que, durante a cesariana, foi constatado que a mãe estava com apenas um feto, e que o parto foi devidamente acompanhado pela equipe médica. Segundo a administração municipal, Kathelen tinha apenas uma placenta e um cordão umbilical, e os obstetras não encontraram sinais de um segundo feto.
Além disso, a Prefeitura explicou que os dois batimentos cardíacos registrados em exames anteriores poderiam ser atribuídos ao mesmo feto, devido ao som detectado em diferentes pontos do abdômen durante a gestação. A nota finaliza informando que o parto foi realizado sem complicações e que a mãe foi adequadamente assistida por toda a equipe do hospital.
Porém, a equipe da TV Globo questionou a Prefeitura sobre o exame de cardiotocografia realizado no hospital dois dias antes do parto, que indicou a presença de dois fetos com batimentos cardíacos distintos, mas não obteve resposta até o momento. O caso continua sendo investigado.
Com informações do g1