Polícia busca homens que mataram lutador de jiu-jítsu

O americano Brent Garret, que estava com Jara e sobreviveu ao ataque, permanece internado da CTI

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Foi enterrado no início da tarde deste sábado o corpo do lutador de jiu-jítsu Marco Jara Albuquerque, morto em uma tentativa de assalto na Estrada de Pedra de Guaratiba, na altura de Santa Cruz, na véspera de Natal.

Muito emocionada, a mãe de Jara dizia que ele era seu oxigênio e não esperava que o filho fosse morrer antes dela. O americano Brent Garret, que estava com Jara e sobreviveu ao ataque, permanece internado da CTI do Hospital Copa D¿Or, mas está lúcido e seu quadro é estável.

"Ele prometeu que ia ficar comigo até eu ficar velhinha, que ia cuidar de mim. Mas ele não vai, tiraram meu oxigênio, minha Bíblia, meu amigo", lamentou Jane Albuquerque, ao lado do corpo do filho e de lembranças como uma faixa preta de jiu-jítsu, uma bandeira do Flamengo e uma camisa de instrutor do FBI, a Polícia Federal dos Estados Unidos, país onde Marco residia há 20 anos.

Segundo amigos e parentes, Marco era uma pessoa feliz e, apesar da profissão de treinador, não era agressivo. Apesar de residir nos Estados Unidos, Jara era apaixonado pelo Rio, onde havia estado pelo menos 10 vezes este ano. "Ele nunca reagiria a um assalto. Acho que ele pensou que era um blefe, que a arma não estava carregada. Ele treinou gente do FBI, sabia como desarmar uma pessoa sem correr riscos", contou a amiga Márcia Miranda.

"Se esses lixos que mataram meu filho tivessem vindo pela frente, ele não teria morrido. Meu filho teria acabado com eles. Ele só morreu porque quis salvar o amigo dele. Preferiu salvar o amigo e morrer", desabafou Jane, que vai aos Estados Unidos em breve para trazer ao Brasil os pertences do filho.

A mãe disse ainda que pretende visitar Brent hoje. Homenagens Amigo e sócio do lutador, o ator Luciano Szafir, que era dono do carro que Jara dirigia, compareceu ao Cemitério São João Batista, em Botafogo, onde o corpo de Jara foi velado e sepultado. Muito abalado, ele confortou a família e não falou com a imprensa. A pedido de Jane, Szafir recitou um trecho de versos escritos por ela. "O importante para mim é saber que fui insubstituível", leu Szafir, em homenagem ao amigo.

No fim da tarde, amigos se reuniram na Praia de Copacabana e fizeram nova homenagem. Jara e Garret iam para Paraty quando foram atacados. Garret contou que o amigo tentou tirar a arma de um dos bandidos e foi atingido na luta. Polícia busca assassinos em favelas Policiais da 36ª DP (Santa Cruz) fizeram ontem buscas nas favelas do Saco e do Aço, na Zona Oeste, à procura dos assassinos do lutador, mas ninguém foi preso. As buscas foram feitas com base em informações passadas à polícia pelo Disque-Denúncia (2253- 1177) e por uma nova testemunha do caso, que também foi vítima dos bandidos que mataram Marco Jara.

No início da semana, um retrato falado dos suspeitos será divulgado. O delegado José de Moraes Ferreira, que acompanha o caso, informou que no primeiro momento vai preservar o americano Brent Garret. Ele sobreviveu à tentativa de assalto após implorar pela vida. Segundo o Hospital Copa D¿Or, o estado de saúde do americano é estável, e ele mantém as funções vitais sem o auxílio de aparelhos.

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