Polícia apura suposto plano de deputado para matar colegas

Cícero Ferro é suspeito de dois assassinatos

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A Polícia Civil de Alagoas e a Polícia Federal descobriram um plano para matar os deputados estaduais Dudu Holanda (PMN) e Maurício Tavares (PMN). Dudu Holanda teria local e hora para ser morto a tiros: na virada de ano, na saída de um apartamento na praia de Pajuçara, orla da capital alagoana, após a comemoração. Maurício Tavares, que está em Portugal, seria morto ao chegar a Alagoas na próxima segunda-feira. As investigações apontam que o suplente a deputado, Cícero Ferro (atual titular da vaga), seria o autor intelectual do crime. Interceptações indicariam o plano.

Em nota, a PF não confirmou nem desconfirmou o plano, preferindo o silêncio, mesma posição adotada pela Polícia Civil, que confirmou apenas uma reunião com os dois deputados para avisar do plano.

"Confirmo que houve uma reunião no dia 30 para tratar do assunto. Fui chamado pelo José Edson (delegado Geral da Polícia Civil) para tratar disso. Eles me falaram desse plano", disse Holanda. O parlamentar, no entanto, não ofereceu nomes e nem detalhes. Holanda disse ter conversado com Ferro, intermediado pelo deputado Marcelo Victor (PMN), que teria negado o plano para matá-lo e considerado a história "uma surpresa". Holanda disse não acreditar na trama. Ele, porém, reforçou a própria segurança.

Cícero Ferro é suspeito de dois assassinatos - o do primo, Jacó Ferro, e de Fernando Aldo, vereador de Delmiro Gouveia, no sertão alagoano. Em 2007, Ferro foi indiciado por formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional. Segundo apontam as investigações da PF, ele ajudou a desviar R$ 300 milhões da folha de pagamento da Assembleia Legislativa.

Os casos estão na Justiça. Os processos por assassinato aguardam que o deputado perca a imunidade parlamentar para que ele responda pelos crimes. O indiciamento na PF virou um processo que está no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (com sede em Recife) e aguarda julgamento, sem data para ocorrer.

Ano passado, Ferro foi um dos coordenadores da campanha ao governo do senador Fernando Collor (PTB). Disputando a reeleição, Ferro perdeu a votação. Um acordo do PMN garantiu que ele assumisse a vaga de deputado, para evitar que os processos na Justiça seguissem.

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